Além do caso Ágata, o Complexo do Alemão foi marcado por outras histórias onde as crianças tiveram sua infância interrompida pelo estado
O Voz das Comunidades está fazendo uma série de reportagens sobre o caso Agatha que teve sua vida brutalmente silenciada por uma guerra insana, e não só a menina foi vítima de violência, mas outras crianças tiveram suas vidas tiradas, e hoje vamos trazer outras histórias que tiveram o final triste.
Vamos começar pelo caso Agatha Felix de 9 anos:
Agatha Felix, 8 anos – Morta voltando para casa de Kombi com a mãe quando foi baleada na Fazendinha Complexo do Alemão
A menina Ágatha Félix, de 8 anos, foi morta quando voltava para casa com a mãe, na noite de sexta-feira 20 de Setembro de 2019 no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.
A criança estava dentro de uma Kombi, por volta das 21h30, quando foi baleada nas costas na comunidade da Fazendinha. De acordo com um tio de Ágatha, a Kombi em que a menina estava parou na rua para desembarcar passageiros com sacolas de compra na favela. A criança estava sentada dentro do veículo quando foi atingida.
“Atirou na Kombi e matou a minha neta. Foi isso. Isso é confronto? A minha neta estava armada, por acaso, para poder levar um tiro?”, desabafou o avô da criança na época.
Juliana, 14 anos – Adolescente morre após ser baleada na quadra da Imperatriz
Juliana, de 14 anos morreu no dia 16 de Fevereiro de 2019 no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, no subúrbio do Rio, Após ser atingida na cabeça por um disparo dentro da quadra da Imperatriz Leopoldinense, em Ramos, no subúrbio, como o projétil ficou alojado na nuca da vítima não foi possível realizar cirurgia. E Juliana não resistiu ao ferimento.
Juliana iria completar 15 anos em agosto de 2019. Ela morava com o padrasto e a mãe, além de um irmão de 3 anos. A família disse que já tinha começado a preparar a festa de debutante da garota.
Bejamin, 2 anos – foi morto com tiro na cabeça no Complexo do Alemão
Bejamin foi morto após ser baleados na noite do dia 16 de Março de 2018, durante um tiroteio na favela de Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na Zona Norte. A mãe da criança, identificada como Paloma, também foi baleada de raspão durante o confronto, na barriga e no braço.
– Eu tentei salvar o meu filho e não consegui. Eles acabaram com a minha vida. Eu vou morrer. Não vou conseguir ficar sem meu filho. Me dá um tiro – disse a mãe do menino, identificada nas redes sociais como Paloma, que disse ainda, bastante desesperada, em direção a um militar militar – Por que você matou meu filho?
Segundo uma amiga da família, eles estavam indo buscar um vestido para uma festa que seria realizada no sábado. A avó, bastante desolada após a morte de Benjamin, permaneceu durante algum tempo agarrada ao carrinho que levava o neto. O avô da criança, também bastante emocionado, contou que a criança era o seu “único neto homem”.
Paulo Henrique, 13 anos – Morto durante um tiroteio no Complexo do Alemão
O adolescente Paulo Henrique, de 13 anos, foi baleado durante tiroteio entre a policiais militares no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, no dia 25 de Abril de 2017, durante um confronto para instalação uma torre blindada na Favela Nova Brasília, que integra o Alemão.
– Ele me avisou que ia na casa do amigo, que mora num beco, jogar videogame. No caminho, ficou encurralado. Sei que ele não vai voltar, mas é preciso dar um basta. Os policiais entram nas casas dos moradores, revistam todo mundo, não respeitam ninguém. Disse a Tia-avó de Paulo, Marinete Martins Machado, de 62 anos
Eduardo, 10 anos – estava na entrada de sua casa quando foi atingido na cabeça por um disparo
No final da tarde do dia 03 de Abril de 2015, o garoto Eduardo, de 10 anos, foi morto com um tiro na cabeça enquanto estava sentado na escada da entrada de sua casa, na comunidade do Areal, no Complexo do Alemão.
“Foi questão de segundos. Ele saiu e sentou no batente da porta. Teve um estrondo e, quando olhei, parte do crânio do meu filho estava na sala e ele caído lá embaixo morto”, relatou ao porta de notícias G1. A mãe da vítima assegura que imediatamente reconheceu o PM como autor do disparo e diz ter sido ameaçada. “Quando eu corri para falar com ele, ele apontou a arma para mim. Eu falei ‘pode me matar, você já acabou com a minha vida’”, afirmou Terezinha Maria de Jesus
Esses foram alguns casos, que marcaram o Complexo do Alemão e a pergunta que fica é: Até quando o sangue dos inocentes serão derramado?