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Nesta segunda-feira (18), a história do tomógrafo da Rocinha ganhou mais um capítulo. Comerciantes do camelódromo que fica na entrada da favela da Rocinha, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, foram notificados pela Prefeitura do Rio e têm o prazo de 24 horas para que os equipamentos e produtos sejam removidos, para a abertura de uma via de acesso às ambulâncias no terreno da Igreja Universal do Reino de Deus, onde está instalado um tomógrafo que foi batizado de Centro Municipal de Diagnóstico por Imagem.
De acordo com a Subsecretaria de Licenciamento, Fiscalização e Controle Urbano, a medida visa garantir a circulação e parqueamento de ambulâncias no local. Com isso, a Prefeitura do Rio notificou 40 lojistas no Mercado Popular da Rocinha, também chamado de camelódromo, de que os boxes serão demolidos para a abertura de uma via de acesso para as ambulâncias no espaço em que fica a igreja. A Secretaria Municipal de Infraestrutura, Habitação e Conservação (SMIHC) confirmou “operação de ordenamento urbano” e informou que somente 10 barracas seriam removidas e remanejadas a um lugar próximo. Entretanto, no camelódromo funcionam mais de 200 boxes no qual trabalham cerca de 800 pessoas.
Inicialmente, o equipamento seria instalado no estacionamento da UPA da Rocinha, na Curva do “S”, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Contudo, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que também é bispo na igreja, afirmou em entrevista coletiva no último dia 27/04 que a instalação do tomógrafo da Rocinha seria no espaço da Igreja Universal local, alegando condições mais favoráveis. Entretanto muitos moradores relatam que até mesmo o local requer uma maior locomoção das pessoas por ficar na parte de baixo da comunidade.
Apesar de o prefeito Marcelo Crivella afirmar que o equipamento permite diagnosticar com precisão se a pessoa está infectada com o novo coronavírus, médicos da Clínica da Família, consultados pelo jornal Fala Roça, contestam essa afirmação e explicam que o diagnóstico da Covid-19 é feito por exames de laboratório. A tomografia não contribui para isso.
Ainda segundo o jornal Fala Roça, o coordenador do coletivo Fala Subúrbio, Danilo Firmino, informou que entrará com uma ação em defesa dos lojistas. “Entendemos que é mais um episódio da triste novela em que, no meio da pandemia, o Prefeito Marcelo Crivella direciona as atividades da prefeitura para o grupo “político” que ele representa”.