Na noite desta terça-feira (7), quatro policiais envolvidos no assassinato do adolescente Thiago Menezes Flausino foram presos. O crime aconteceu em agosto de 2023, na época, Thiago tinha apenas 13 anos e foi baleado na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O Ministério Público, por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, denunciou os quatro agentes no dia 9 de abril de 2023. A denúncia destaca que as condutas dos PMs foram praticadas no contexto de uma operação policial ilegal. De acordo com as investigações, no dia do crime, na Estrada Miguel Salazar Mendes de Moraes, esquina com a Rua Jeremias, na entrada da comunidade Cidade de Deus, em Jacarepaguá, os PMs “efetuaram, conjuntamente, diversos disparos de arma de fogo contra as vítimas Thiago Menezes Flausino, de apenas 13 anos de idade”.
Segundo o documento, os policiais militares plantaram uma pistola e munição no local do crime, ao lado da vítima, logo após matá-lo, para simular um confronto armado.
Priscila Menezes, mãe de Thiago, relembra que a prisão dos PMs aconteceu no dia em que o crime contra seu filho completou nove meses. “Eu acordei arrasada hoje, são nove meses sem o Thiago, mas a minha esperança é a minha força. Eles não vão sentir nada da dor que senti. Eu só quero que eles fiquem presos, que sejam responsabilizados por todo mal que fizeram a mim e a minha família”, conta a mãe emocionada.
Para a Promotoria de Justiça o crime foi cometido por motivo torpe, “certo que os denunciados agiram visando à prática de operação ilegal conhecida vulgarmente como ‘Tróia’, usando para tal um veículo particular”. E que os crimes foram praticados com a utilização de armas de alta energia, de uso restrito, conhecidas como fuzil.
Relembre o caso
Thiago foi assassinado no dia 7 de agosto do ano passado. A família do adolescente afirma que ele foi morto quando andava de moto com um amigo, por volta de 0h40, em um dos becos da Cidade de Deus, quando foi alvejado na perna e no peito pelos PMs.
A versão da polícia é que agentes do Batalhão de Choque faziam uma ronda nas proximidades da comunidade quando foram atacados a tiro por dois homens em uma moto. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investiga as circunstâncias do crime, registrou o homicídio como morte por intervenção de agentes do Estado. Imagens de câmera de segurança instaladas próximo ao local do assassinato foram analisadas e as armas dos policiais envolvidos na ocorrência foram apreendidas para perícia.
Naquele mesmo mês, o Ministério Público fez a reconstituição do crime e houve o afastamento dos policiais envolvidos, mas eles seguiram soltos até a prisão, no dia 7 de maio. Durante esse período, a família do jovem começou a investigar por conta própria e conseguiu imagens de câmeras de segurança, entregues à polícia e ao MP, que usou o material como prova na denúncia.
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