A Justiça do Rio de Janeiro absolveu três policiais acusados de matar Eduardo Felipe Santos Victor, de 17 anos, no Morro da Providência, na Zona Portuária da cidade, em 2015. A sentença foi feita pelo juiz Daniel Werneck Cotta, da 2ª Vara Criminal, nesta quinta-feira (25).
Foram absolvidos Paulo Roberto da Silva, Pedro Victor da Silva Pena e Gabriel Julião Florido. O juiz afirma que o Conselho de Sentença reconheceu que Paulo atirou contra Eduardo, mas absolveu o agente, assim como os outros dois citados, pelo crime de homicídio doloso (quando há intenção de matar).
Eduardo foi baleado em um beco durante um confronto. Os policiais afirmaram que o menino havia atirado neles, mas um vídeo feito por testemunhas mostra a cena do crime sendo alterada. No vídeo, é possível ver que um dos militares colocou uma arma na mão de Eduardo e fez dois disparos para o lado, aparentemente simulando um confronto. Os policiais em questão foram presos meses depois .
Segundo os militares, Eduardo foi morto numa intervenção policial, em legítima defesa dos agentes, porque teria atirado contra os PMs. Testemunhas ouvidas à época, no entanto, disseram que o jovem já tinha se rendido e pediu para não morrer.
Outros casos de absolvição
Recentemente, a Justiça determinou a volta às ruas dos militares acusados de matar Lucas de Azevedo Albino. O garoto foi baleado por policiais militares nos acessos ao Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, em 2019.
A justiça do Rio também absolveu, por falta de provas, quatro PMs envolvidos na morte de Edmea da Silva Euzébio, uma das líderes do movimento Mães de Acari, e de sua sobrinha, Sheila da Conceição. A execução aconteceu no dia 19 de janeiro de 1993, no estacionamento da estação do metrô da Praça 11, no Centro do Rio de Janeiro.
Caso recente
O caso de Thiago Menezes Flausino, da Cidade de Deus, não foi concluído, mas a sensação de impunidade já assombra parentes e familiares. Há sete meses atrás, a Justiça do Rio mandou soltar policiais envolvidos na morte de Thiago. O menino foi morto em agosto em uma noite que não tinha operação policial ocorrendo. Desde que foram soltos, os agentes vão cumprem medidas cautelares, como proibição de contato com a família da vítima e a suspensão de trabalhos externos.