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Operação policial na Maré deixa um jovem morto; 40 escolas e 1 unidade de saúde interromperam atividades

Moradores relataram clima de guerra desde o início da manhã desta sexta-feira (25), com a presença de caveirão e helicóptero na comunidade
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Foto: Reprodução / Redes Sociais

Mais uma vez, moradores do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, recebem uma operação policial que iniciou por volta de 4h da manhã, com helicópteros fazendo rasantes na localidade Parque União e Nova Holanda, além de sons de tiros. De acordo com informações, um jovem foi baleado durante a incursão. Renan de Lemos, de 24 anos, morreu no Beco da Alegria, bem próximo a Rua Evanildo Alves, ponto de muita circulação da favela Parque Maré. Há relatos de outros feridos, mas não há confirmação.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que “A SME trata com prioridade a segurança de toda a comunidade escolar e a medida de suspensão das aulas é para a segurança dos alunos, professores e funcionários das escolas”. Além disso, ressaltou que lamenta 40 escolas da região do Complexo da Maré estarem fechadas, mas prestando serviço remoto.

A equipe do Voz das Comunidades entrou em contato também com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Foi infomado que a Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva, na região do Complexo da Maré, acionou o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, interrompeu o funcionamento na manhã desta sexta.

Impacto da operação policial em quem mora na comunidade

Devido à ação, moradores ficaram apreensivos. Pâmela Carvalho, gestora cultural e Mestra em educação, disse, por meio das suas reedes sociais, que “Ontem a favela estava em festa. Hoje acordamos debaixo de tiro e de rassante de helicóptero com operação policial. Parece que nossa alegria é uma afronta ao estado“.

Já Kananda Ferreira, escritora, fotógrafa e mãe solo, relatou como se sente diante desses episódios de violência. “O que eu sinto é mais puro medo de ser morta com um tiro ou meu filho acabar sendo alvo. Medo de atingirem minha mãe ou meu irmão mais novo. Um amigo dele, inlcusive, foi um dos baleados na última operação que teve e foi levado de carrinho pra Av. Brasil… A presença da polícia aqui não traz bons sentimentos“, ressaltou a moradora.

O Maré de Notícias publicou um vídeo nas redes com moradores denunciando as ações violentas dos policiais.

A equipe do Voz das Comunidades entrou em contato com PM, e, em nota, informaram que as Policiais militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) ainda atuam nas comunidades Nova Holanda e Parque União. Na ação, um policial militar do BOPE ficou ferido durante confronto, além do jovem de 24 anos.

No dia 10 de novembro, a comunidade da Maré foi alvo de uma “operação emergencial” realizada por militares do 22ºBPM (Maré) com o apoio de equipes do 3ºBPM e 16ºBPM. Foram mortos dois homens e um adolescente foi baleado, mas liberado logo em seguida após atendimento médico.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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