Moradores do CPX da Maré despertam com grande operação policial

A cada quatro tiroteios no Complexo da Maré, três são motivados por operações policiais
Foto: Reprodução / Redes Sociais

A manhã no Complexo da Maré começou com a presença violenta do Estado. Moradores acordaram com barulho de tiros e com a presença de caveirões pelas vielas. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, a operação Conexão Perdida busca varejistas capixabas do Terceiro Comando Puro que se estabeleceram na Maré em um esquema de extorsão e lavagem de dinheiro.

O tiroteio intenso fez com que a Avenida Brasil, uma das vias mais importantes da cidade, ficasse fechada durante alguns minutos. Considerando que o Complexo da Maré é formado por 16 favelas, as áreas mais atingidas pelo confronto são Baixa do Sapateiro, Conjunto Bento Ribeiro Dantas, Conjunto Esperança, Conjunto Pinheiros, Nova Maré, Salsa e Merengue, Timbau, Vila do João e Vila dos Pinheiros.

Para além do terror de vivenciar tiroteios, moradores relatam que policiais invadiram residências. Violações de direitos são frequentes nessas ações. Não é de hoje que o conjunto de favelas da Maré sofre com confrontos armados. Em 2024, foram mais de 40 operações violentas no território. De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, a cada quatro tiroteios na Maré, três são motivados por ações policiais.

O Voz das Comunidades entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde para saber do funcionamento das clínicas da família. Em nota, a SMS informou que as clínicas da família Jeremias Moraes da Silva, Augusto Boal, Adib Jatene e o Centro Municipal de Saúde Vila do João acionaram o Protocolo Acesso Mais Seguro e, para segurança de profissionais e usuários, suspenderam o funcionamento na manhã desta quarta-feira (29).

Já as clínicas da família Assis Valente e Joãosinho Trinta mantêm o atendimento à população. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, estão suspensas.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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