A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) vai representar a família de Letícia Sales, de 50 anos, que foi morta durante a incursão policial no Complexo do Alemão na última semana. Filhos e sobrinho da vítima estiveram presentes na Defensoria na última terça-feira (26) para o primeiro atendimento. Em seguida, foram recebidos pelo defensor público-geral Rodrigo Pacheco, além da subdefensora pública-geral institucional, Paloma Lamego.
O atendimento aos familiares foi por realizado Guilherme Pimentel, ouvidor-geral da Defensoria Pública do Rio de Janeiro e André Castro, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos. Os famliares também passaram por atendimento psicológico na instituição. O processo foi acompanhado por procuradores da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, que atua em conjunto com a defensoria.
Defensoria atuando contra violações de direitos
Guilherme Pimentel reiterou que a Defensoria Pública atua com um amplo processo de atendimento às famílias do Complexo do Alemão, não se limitando somente a casos que envolvem mortes de moradores. Mas, também se estende a aqueles que tiveram suas casas violadas durante a operação. “O atendimento do caso da Letícia faz parte de um conjunto de atendimentos que a gente está fazendo das vítimas daquela chacina. Na verdade, estamos à disposição de todas as famílias que tiveram algum tipo de violação. Não só as pessoas que foram mortas. Outras pessoas que queiram buscar na justiça alguma resposta para alguma violação que sofreu e teve dano ao patrimônio ou qualquer coisa do tipo, agressão, ameaça, seja o que for, a defensoria está a disposição”, ressaltou.
A respeito dos pontos iniciais do processo do caso da Letícia Sales, Guilherme relata que a Defensoria Pública já está agindo. “O defensor especializado já colheu os depoimentos. Fez a primeira escuta dos familiares e já está estudando o caso. Ele também está analisando provas que existem sobre o assassinato da Letícia. Então, a partir dessa análise, a Defensoria Pública tomará as medidas, tanto em relação ao acompanhamento das investigações, que é a parte de responsabilização, mas também de eventuais ações de reparação cível, indenização… Isso tudo está sendo analisado pelo defensor responsável.”
Quando a uma ação envolvendo o Ministério Público, Guilherme revela que nenhuma ação direta foi realizada dentro do cenário jurídico. Mas, logo após a morte da vítima, a Defensoria detectou que o carro onde Letícia estava ainda não tinha sido periciado. Na mesma hora, fizeram uma cobrança ao Ministério Público, que rapidamente encaminhou agentes para fazer a perícia no veículo. Por fim, Guilherme afirmou que a instituição vai continuar atuando e acompanhando o caso da Letícia Sales.