A Chacina de Acari, ocorrida no Rio de Janeiro, é um dos episódios mais trágicos e marcantes da história da violência policial no Brasil. A chacina aconteceu no dia 26 de julho de 1990, na comunidade de Acari, localizada na zona norte do Rio de Janeiro.
No fatídico dia, onze jovens negros desapareceram na região de Magé, quando foram sequestrados por policiais que integravam um grupo de extermínio. Os meninos foram sequestrados pelos policiais e, três dias depois, o carro utilizado no sequestro foi encontrado queimado e com marcas de sangue. Os jovens, que não tinham nenhuma relação com o crime, nunca mais foram vistos.
Os relatos sobre a Chacina de Acari apontam para ação policial excessiva e abusiva, em que os jovens foram executados sem direito a julgamento ou oportunidade de defesa. Esse acontecimento abalou profundamente a comunidade local, gerando medo, indignação e revolta. A partir da chacina, foi criado o grupo Mães de Acari, que é identificado como um dos maiores símbolos de resistência e luta por justiça e memória de pessoas que foram vítimas de violência policial no Rio de Janeiro.
Ao longo dos anos, além das Mães de Acari, movimentos sociais, organizações de direitos humanos e familiares das vítimas têm lutado por justiça e cobrado uma investigação e indenização por parte do Estado. Quando o caso completou 31 anos, em 2021, o Estado do Rio de Janeiro reconheceu a indenização aos familiares das vítimas do crime através da Lei nº 9753/22, decretada pela Alerj e sancionada pelo governador Cláudio Castro no dia 30 de junho daquele ano.
O Coletivo Fala Akari realizará um ato, no dia 26 de julho, pela memória, justiça e reparação pelas vidas dos jovens que foram mortos naquele ano. O coletivo convida amigos, familiares e movimentos sociais a prestar essa homenagem, relembrando a memória dos 11 jovens. Ele acontecerá no Espaço Cultural Mães de Acari, na Rua União 5C, ao lado do Gigantão de Acari.
Embora a chacina tenha ocorrido há 33 anos, a sua lembrança e o clamor por justiça continuam presentes nas vozes daqueles que não querem ver essa tragédia esquecida, buscando assim um país mais justo, seguro e igualitário para todos os brasileiros.