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Bebê volta de creche na Rocinha com diversas mordidas no rosto e outros hematomas; Polícia Civil investiga caso

Após a denúncia, o perfil da creche foi apagado das redes sociais. Família alegou omissão de socorro
Foto: Reprodução / Instagram
Foto: Reprodução / Instagram

Uma bebê de 1 ano e 4 meses voltou para casa cheia de mordidas no rosto e outros hematomas pelo corpo, na última sexta-feira (23). O caso aconteceu na creche Marçal Centro de Estudos, na Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro. Durante o fim de semana, a publicação do tio da criança fez com que o ocorrido repercutisse. Acionada, a Polícia Civil disse que a investigação está em andamento na 11ª DP (Rocinha).

“Vamos fechar essa creche, rapaziada! Não podemos deixar isso acontecer. Ela tem várias unidades aqui na Rocinha. São crianças em jogo”, diz Fabrício Mendes, tio da menina, em publicação no Instagram que gerou muita revolta com a situação. Entre os comentários, é possível ler algumas pessoas afirmando que não é a primeira vez que isso acontece na unidade Marçal Centro de Estudos, da proprietária Juliana Marçal. Após a denúncia, o perfil da creche foi apagado das redes sociais.

Em entrevista ao RJTV, o pai da menina, Tiago, alegou omissão de socorro, já que o fato teria ocorrido às 12h e ligaram para os pais somente às 15h. “A minha filha foi espancada durante sete minutos por duas crianças de 3 e 4 anos. O que gera revolta é que não foi uma mordida. Foram chutes, socos, enforcamento, mordida, espancamento, jogada no chão. É revoltante porque você vê a cuidadora entrando na sala, vê a minha filha no chão, não faz nada. A diretora ao fundo mexendo no celular e não faz nada. A gente sabe que em uma creche existem outras crianças. Mas, o choro de uma criança sendo espancada é muito alto e é algo comovente. Independente que seja algo feito por uma criança, isso é algo que indigna e comove. E que está me doendo por dentro. É algo inadmissível.”

O secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, também comentou na publicação. “Absurdo completo. Essa creche não possui registro para atendimento de educação infantil na cidade do Rio”, disse. A creche á particular, no entanto, ainda precisa de autorização da Prefeitura do Rio para funcionar.

Pronunciamento da creche

Procurada pela equipe do Voz, a Marçal Centro de Estudos se pronunciou e iniciou pedindo desculpas à família, além de refirmar que se solidarizam pelo que aconteceu. “Estamos à disposição da Justiça e da família, para que tudo seja solucionado o quanto antes e para prestar todo o apoio necessário com todos os custos necessários. Foi um erro isolado por parte da funcionária que não teve a atenção devida com os cuidados com as crianças.”
Ainda, no pronunciamento, a creche ressaltou que está no mercado há quatro anos “nunca teve esse tipo de acidente” e que foi um caso isolado. “Infelizmente isso aconteceu no momento em que uma monitora saiu para receber as outras crianças e a que ficou se ausentou sem aguardar a outra monitora retornar.
Mas iremos disponibilizar as autoridades as imagens do ocorrido, assim como foi disponibilizado para a família.”

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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