Se estivesse vivo, Eduardo de Jesus teria 19 anos. Mas, no dia 2 de abril de 2015, com apenas 10 anos, ele foi assassinado pela Polícia Militar na porta de casa, no Complexo do Alemão, enquanto jogava no celular. A confirmação de que o tiro, que acertou a cabeça do menino, teria partido da PM foi confirmada no mesmo ano no resultado do inquérito. Os agentes responsáveis tentaram retirar o corpo de Eduardo e forjar legítima defesa, mas devido a mobilização de moradores, Eduardo não foi incriminado. O caso foi arquivado em 2017.
Na época, o chefe da Polícia Civil era o delegado Rivaldo Barbosa, preso no caso Marielle, no final do último mês. A mãe da criança diz que ele hospedou a família em um hotel de luxo na Barra dias depois do crime como forma de evitar pressões. A prisão do delegado por suspeita de ajudar a planejar a morte de Marielle e de atrapalhar as investigações aumentou as desconfianças da família sobre a apuração da morte de Eduardo. As informações são do G1.
No ano passado, o advogado da família, João Pedro Accioly, solicitou o desarquivamento do caso ao Ministério Público (MP). No documento protocolado, o advogado alega a ocorrência de fraude processual, homicídio, tentativa de homicídio e organização criminosa. Além da família, a Anistia Internacional Brasil também está acompanhando o caso.