Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução
Nesta manhã (22), uma grande operação policial nos territórios do Complexo do Alemão e no da Maré, depois de três dias do encerramento de uma audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF), evidencia o descaso com as vidas faveladas no momento mais crítico de saúde pública no Brasil.
Com a presença intensa de disparos de armas, helicópteros e blindados da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, que circulam em ambas comunidades da Zona Norte, os moradores das regiões relatam a violência e o abuso dos agentes durante a ação, compartilhando denúncias de arrombamento e invasão de residências.
Estamos recebendo muitas denúncias de moradores de policiais invadindo laje e quintal de várias pessoas nesse momento no Complexo do Alemão!!! Pode isso, gente??? 😳😳😳 pic.twitter.com/8WmPEl4QoU
— Rene Silva (@eurenesilva) April 22, 2021
De acordo com a liminar expedida pelo Ministro Edson Fachin, no dia 6 de junho de 2020, as operações policiais em favelas do Rio de Janeiro estão proibidas. Em agosto, o Supremo impôs novas restrições à política de segurança pública fluminense, proibindo o uso de helicópteros blindados — os chamados “caveirões aéreos” — como plataforma de tiros, além de restringir operações policiais em perímetros escolares e hospitalares, mas as intervenções frequentes nesses territórios têm sido uma constante reclamação de movimentos e organizações que prezam pela vida e dignidade dos moradores de periferia.
Caveirão nas ruas do Complexo do Alemão carregando tudo o que tem na frente! Moradores motoristas por APP relatam prejuízos. pic.twitter.com/kXsHjtngZ7
— Melissa Cannabrava (@melmmcs) April 22, 2021
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que, desde o início da manhã desta quinta-feira (22/04), equipes do Comando de Operações Especiais (COE) – por meio do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Grupamento Aeromóvel (GAM) e Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) – realizam uma operação nas comunidades do Alemão, Fazendinha e Nova Brasília, para reprimir o conflito entre facções criminosas rivais, que, de acordo com as informações do setor de inteligência, utilizam armamento de guerra, e ainda, a possível circulação de criminosos armados oriundos de outras comunidades da região metropolitana do Rio.