No dia 27 de maio de 2014, o Complexo do Alemão perdeu um personagem de futuro promissor. Caio Moraes da Silva, de apenas 20 anos, foi tragicamente interrompido em sua jornada de vida enquanto exercia sua profissão de mototaxista. Morador do Loteamento Nova Brasília, do Complexo do Alemão (Zona Norte do Rio de Janeiro), Caio era um jovem vibrante e sonhador, conhecido por seu sorriso contagiante e a vontade incessante de proporcionar um futuro melhor para sua família e seu filho pequeno.
Naquela tarde, enquanto levava um passageiro para a região da Grota, Caio foi atingido por um tiro nas costas, disparado por um policial militar de uma das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). O incidente ocorreu durante um protesto contra uma prisão, que havia mobilizado diversos moradores e mototaxistas do Complexo do Alemão. A manifestação, inicialmente pacífica, se tornou palco de uma tragédia que até hoje ecoa nas vielas do complexo.
Na época, a assessoria das UPPs declarou que, por volta das 18h, um grupo de manifestantes bloqueou a Avenida Itararé e seguiu para a Avenida Central, onde confrontos e disparos ocorreram. Em meio ao caos, a vida de Caio foi ceifada, gerando uma onda de indignação e luto entre os moradores que o conheciam como um jovem cheio de vida e esperança.
Agora, quase dez anos após sua morte, o caso de Caio retorna aos tribunais. No próximo dia 4 de junho, será realizada uma sessão do julgamento que poderá responsabilizar o policial militar envolvido na morte do mototaxista. O caso foi a júri popular.