No início do mês de junho de 2022 fez um ano da morte de Thiago Santos, jovem de 16 anos que morreu com um tiro de fuzil na cabeça no Morro da Fé, no Complexo da Penha. E, desde sua morte, a polícia não realizou a perícia e nem recolheu as provas na casa da vítima para iniciar a investigação.
Convivendo com traços da morte do filho dentro de casa, o emocional de Aline Santos não aguentou. Com a dor da perda, a mãe do menino teve um acidente vascular cerebral (AVC) e teve que ser internada. Na noite de quinta-feira (23), ela faleceu.
Conforme informações do defensor público, Guilherme Pimentel, a Defensoria Pública fez a solicitação ao Ministério Público para a realização da reconstituição. Mas, após 1 ano, sequer foram ao local do crime. Ele criticou o Estado por não agir diante da morte de Thiago, o que acabou resultando no falecimento da mãe.
“Apesar de ter muitas provas, o promotor responsável sequer foi buscar. E com o passar do tempo, ela (Aline) foi entrando num quadro de depressão, tendo uma tristeza profunda e adoeceu a ponto de vir a falecer um ano depois. Isso mostra que o extermínio da população negra não se dá apenas através das armas, mas também através da negativa da cidadania pras populações de favela, que acabam amargando o tratamento indigno nos seus estados de saúde. É muito lamentável isso. E a gente jamais vai esquecer a Aline, o filho dela. Não vamos parar de trabalhar por justiça no caso do Thiago morto com tiro na cabeça dentro da própria casa no Morro da Fé”.
Pelas redes sociais, Mônica Cunha, suplente da câmara de vereadores do Rio pelo PSOL, expressou sua indignação. “Essa mãe, buscando por justiça que não veio, se entregou. Ela desistiu de viver. Ela quis encontrar o Thiago. Ela morreu de morte súbita? Ela morreu de AVC? Não! A mesma bala que atingiu atingiu Thiago um ano atrás, atingiu ela hoje”.