A noite de segunda-feira (25), no Jacarezinho, foi marcada, mais uma vez, pela violência. Próximo de completar um ano de uma das maiores chacinas do Rio, o jovem Jonathan Ribeiro de Lima, de 18 anos, foi baleado e morto dentro da comunidade. Segundo testemunhas, o tiro partiu de um agente do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
Os moradores relataram que no momento que o jovem foi atingido, não havia operação policial na região. O Jacarezinho está ocupado por policiais desde janeiro, devido ao projeto Cidade Integrada, realizado pelo Governo do Estado.
Por meio das redes sociais, a Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (Faferj) publicou que o Cidade Integrada “não apresentou resultado algum na melhoria estrutural, urbana e do Índice de Desenvolvimento Humano no Jacarezinho”.
A mãe do rapaz, Monique dos Santos, afirma que o filho não tinha envolvimento com o tráfico. Ela também revelou, em entrevista ao G1, que Jonathan fazia bicos como entregador de roupas para a tia. “O meu filho foi executado, dentro da comunidade do Jacarezinho, sem dever nada à polícia. Ele não estava trabalhando agora, porque ele estava pra se alistar no quartel”.
A mãe ainda relata que jovem foi morto em um lugar da comunidade chamado “Pontilhão”. Na versão dada por Monique, os policiais não prestaram os primeiros socorros e não levaram Jonathan ao hospital. “Eles não deram nenhum socorro. Mataram e deixaram lá”, conclui.
Os próprios moradores carregaram Jonathan em uma moto para o Upa de Manguinhos. No entanto, o jovem já chegou morto à unidade de saúde.
A equipe do Voz das Comunidades entrou em contato com a polícia militar. Em resposta, a assessoria alegou que o socorro não foi feito porque os moradores arremessaram pedras e garrafas em direção à equipe. A nota enviada pela PM ainda acrescenta que o comando da Corporação instaurou procedimento apuratório na Corregedoria Geral da SEPM.
Não há informações ainda sobre o velório, nem enterro do jovem.