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Líderes do Alemão e Penha ressaltam a importância do papel que desempenham na comunidade

Sendo elo entre a favela e poder público, Marquinhos Pepé e Marília Tavares estão à frente da associação de moradores de seus respectivos territórios
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

O que faz da pessoa um líder? Ser líder é uma característica que não nasce junto com a pessoa, mas sim é aprendida e desenvolvida ao longo da vida. A arte de liderar é saber ajudar e promover melhorias para o seu círculo social, exercitando a responsabilidade e bem-estar coletivo.

Dentro das favelas da cidade do Rio de Janeiro, as lideranças têm ampla visibilidade em suas respectivas comunidades. São pessoas que buscam melhores condições de vida e de infraestrutura em suas regiões. São as principais identidades que servem de ponte entre a população e o poder público, sempre tentando entregar desenvolvimento nas mais diversas áreas para atender a comunidade.

Conforme a lei 11.257 de 2006, o Dia Nacional do Líder Comunitário é celebrado no dia 5 de maio. E desempenhar a função se caracteriza como um trabalho bem dificultoso, mas muito recompensador. Ser a voz de pessoas impactadas com problemas sociais, interagindo com parcerias e abordando questões pertinentes dentro de uma comunidade, exige tempo e muito diálogo com várias iniciativas.

Na comunidade da Nova Brasília, no Complexo do Alemão, Marco Valério Alves, conhecido como Marquinhos Pepé, representa a comunidade, assim com fez mutos de sua família. Seu pai, tio e avô atuaram como presidentes de associações de moradores e Marquinhos seguiu com a responsabilidade da função, sempre buscando soluções para problemas da Nova Brasília. “A gente faz um trabalho desempenhando o papel de uma subprefeitura aqui na nossa localidade. Tratamnos de cultura, água, esgoto, saúde, educação, segurança pública e outros setores. A associação dos moradores é um faz tudo dos órgãos públicos quando este não consegue atuar no local. Nós somos o elo entre a favela e as autoridades locais”.

À frente da Associação de Moradores, Marquinhos se dedica em atender as demandas da comunidade da Nova Brasília, no Complexo do Alemão Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Marquinhos explica que desempenhar a função de presidente na Associação de Moradores de Nova Brasília não é uma tarefa fácil. O que mantém a associação viva é a população da região. “Você tem que gostar do que faz. A gente sobrevive com o que o morador ajuda porque o que ajuda a associação são nossos associados. É a parceria do próprio morador que mantém o nosso lugar atuante. E para ser presidente, tem que gostar muito porque é bem difícil.

À frente da associação dos moradores do Morro do Itararé, Renato dos Santos, de 57 anos, mantém a prática cotidiana de sempre trazer o melhor para a comunidade. ”Ser presidente da associação de moradores é gostar de ser. Porque a dificuldade é muito grande e não temos o apoio do poder público. Então fazemos o papel dele. Atuamos com empresas privadas dentro da comunidade, Light, Águas do Rio e a própria Comlurb”.

Do Alemão para o Complexo da Penha

No Complexo da Penha, Marília Tavares, de 46 anos, vai para o segundo mandado à frente da Associação de Moradores da Chatuba. Ela enxerga a liderança comunitária como um papel essencial de busca pelo melhor para uma região. “Ser líder comunitário é representar a comunidade cobrando as polícias públicas para a melhoria de todos os moradores.” Indo ao encontro da declaração de Marquinhos, presidente da Associação de Moradores da Nova Brasília, Marília também defende que, para desempenhar a função, é necessário entender a grande responsabilidade e é preciso gostar da função para exercer o cargo. “Tem que amar o que faz, porque, muita das vezes, a gente faz uma correria para ver algo pra dentro da comunidade. É muito difícil. Então, assim é uma responsabilidade enorme que todo líder tem e muitas das vezes não somos reconhecidos”.

Marília Tavares, à frente da Associação de Moradores da Chatuba, procura trazer sempre o melhor para a comunidade, através de diálogo e parcerias
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

Assim, o Voz das Comunidades parabeniza estes líderes, sempre buscando o melhor para o seu círculo, atuando fortemente contra a exclusão e a favor de iniciativas urbanas, culturais, artísticas e sociais.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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