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Painel Covid-19 nas Favelas registra 1.000 mortes em comunidades do Rio

Dez dias após registrar a marca de mais de 10.000 casos, o número de moradores que morreram em razão de complicações causadas pela Covid-19 chegou a mil
Foto: Laerte Breno

Foto: Laerte Breno

Na última sexta-feira (16), o Painel Covid-19 nas Favelas, desenvolvido pelo Voz das Comunidades, registrou a infeliz marca de 1.000 óbitos de moradores de comunidades cariocas. Em paralelo a essa triste marca, a chegada da vacina contra o novo coronavírus traz esperança de dias melhores.

Atualização do dia 16 de janeiro de 2021

Em primeiro lugar, devido à ausência do detalhamento dos casos nas favelas a partir da perspectiva da Prefeitura do Rio, o Voz das Comunidades, então, desenvolveu o Painel Covid-19 nas Favelas.

O intuito é levar aos moradores de comunidades informações locais a respeito do avanço da pandemia do novo coronavírus. A contagem, que vem acontecendo desde o mês de abril, era realizada em 25 favelas de diferentes regiões da cidade. Porém, durante este mês, mais outras 26 comunidades serão inclusas na contagem do painel.

Aumento dos números

Na atualização desta, o painel registrou 10.370 casos confirmados, 8.125 moradores recuperados. No entanto, houve 1.000 mortes nas comunidades do Rio. Em outras palavras, o crescimento de ocorrências de óbitos têm sido frequentes e diários. Após aumento no final do mês de outubro, o painel teve alterações em sua classificação. Poucos dias depois de registrar 10 mil casos, o número de mortes chegou, então, a casa dos mil.

Foto: Reprodução

Como resultado disto, o Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, tornou-se a comunidade com o maior número de casos. São 1357 casos, e 146 óbitos. Além disso, o Complexo do Alemão (também na Zona Norte) é a segunda comunidade com maiores índices de COVID-19. São 1145 casos, e 73 óbitos. A Rocinha, maior favela do Rio, e também da América Latina, é a terceira comunidade com maior registro de casos, 1030. A favela da Zona Sul registro, contudo, 64 óbitos.

Foto: Reprodução

Esperança

Hoje, duas mulheres foram as primeiras a serem vacinadas contra a Covid-19, na tarde desta segunda-feira (18), em um evento no Cristo Redentor. Terezinha da Conceição, 80 anos, e Dulcinéia da Silva Lopes, 59 anos, técnica de enfermagem, foram imunizadas.

Trabalhadores de saúde da linha de frente terão prioridade, em seguida os envolvidos na vacinação também estão incluídos no primeiro grupo a ser vacinado. Além desses, idosos acima de 60 anos, moradores de instituições de longa permanência, pessoas com deficiência a partir de 18 anos, residentes em casas inclusivas, e população indígena e quilombolas completam esse grupo.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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