Empatia e solidariedade são duas palavras que ficaram em evidência durante a pandemia da Covid-19. Entretanto, para Roberto dos Santos, morador da favela Chácara do Céu, ações neste sentido acontecem há nove anos. Beto Tattoo, como é conhecido, é tatuador desde 2002 e, após driblar as dificuldades do início, passou a tatuar gratuitamente vítimas de câncer de mama para reconstrução dos mamilos e aréolas.
“Comecei a tatuar no seguimento da arte de rua que eu já realizava grafitando nas paredes dos bairros. Foi complicado, era uma época de muito preconceito e difícil acesso a bons materiais. Mesmo assim não desisti. E o projeto surgiu há 9 anos. Uma pessoa que realizei uma arte em seu seio mencionou sobre mulheres com câncer de mama. Então atendi a uma gratuitamente, que trouxe outras dez e essas dez mulheres se transformaram em mais de mil mulheres de todo Brasil“, relata Beto.
A caminhada de solidariedade continua através da arte e completará 10 anos em janeiro. Beto diz que é gratificante levar autoestima com para diversas mulheres.
“Emoção por muitas histórias de abandono. Isso me deixa muito triste pois muitas mulheres são abandonadas por seus companheiros. Emoção mesmo é até hoje ser abraçado por essa tropa enorme com um sorriso e lágrimas de alegria. Tenho muitas histórias bacanas a contar dessas guerreiras“, diz o tatuador.
(IMAGEM SENSÍVEL)
Cobertura de vitiligo
Além da reconstrução dos mamilos e da auréola, outro trabalho que Beto faz através da arte é a cobertura de vitiligo. Contudo, é uma arte de mais difícil pigmentação e, em alguns casos, a tinta não fica totalmente. Ainda assim, Beto afirma que muitas pessoas se sentem melhores com a tatuagem.