O Rio de Janeiro está na fase cinco da flexibilização do isolamento social. Entretanto, em todo o estado, já são mais de 200 mil infectados e mais de 15 mil mortes por Covid-19. Nos últimos dias, houve aumento de mais de 30% no número de óbitos, em relação às semanas anteriores.
Este aumento também foi notado pelo Painel Covid-19 nas Favelas, feito pelo Voz das Comunidades e que acompanha 25 favelas da cidade. Ao todo, já são 679 óbitos e a média móvel é de 3,42 nos últimos 7 dias. Isso representa um aumento de 140% em comparação a 14 dias. A taxa de letalidade nas favelas chega a 13,31%, mostrando que o Covid-19 é perigoso no nosso território.
- Dia 17/08
1 óbito na Gardênia Azul; - Dia 18/08 – 4 óbitos
1 na Vila Vintém, 1 no Caju e 2 na Vila Kennedy; - Dia 19/08 – 7 óbitos
1 em Vigário Geral, 1 na Vila Kennedy, 1 no Complexo do Alemão, 2 na Cidade de Deus e 2 na Gardênia Azul; - Dia 20/08 – 6 óbitos
1 em Acari, 1 na Cidade de Deus, 1 no Complexo do Alemão, 1 na Vila Vintém e 2 no Complexo da Penha; - Dia 21/08 – 5 óbitos
1 na Providência, 1 em Acari, 1 na Gardênia Azul, 1 no Complexo da Maré e 1 no Vidigal); - Dia 22/08
1 óbito na Gardênia Azul.
Nova onda preocupa
Com isso, alguns especialistas já temem uma nova onda do novo coronavírus no Rio de Janeiro, já alertada pela FioCruz. Entretanto, é preciso observar por mais algumas semanas para se fazer uma análise mais profunda na situação. Em entrevista ao jornal Extra, o infectologista Alberto Chebado, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia e diretor da divisão médica do Hospital Clementino Fraga Filho (Hospital do Fundão), já demonstra preocupação. Ele contou que precisou abrir ontem mais leitos para o tratamento de Covid-19 na unidade e atribuiu o aumento de casos à flexibilização.
Hoje (quinta-feira) já tive que abrir leitos de Covid-19 no hospital. Estamos vendo a demanda aumentar nos últimos dias. Acredito que a tendência é de que surjam novos casos, e o aumento da média móvel de mortes pode ser consequência disso. É um reflexo das taxas de isolamentos das últimas semanas. Os números provocados pela reabertura começam a aparecer.
Alberto Chebado, ao jornal Extra.