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Movimento de vans e kombis na favela cai durante a pandemia

Foto: Bento Fábio / Coletivo Papo Reto
Mototaxi. Foto: Bento Fabio / coletivo papo reto

A pandemia provocada pelo novo coronavírus é nossa realidade no ano de 2020. No Rio de Janeiro, o governador Wilson Witzel expandiu o decreto de quarentena, e não sabemos quando o estado voltará a sua normalidade. O decreto determina que permanecem fechadas as escolas das redes pública e privadas, além de creches e instituições de ensino superior, assim como continua a suspensão da realização de eventos esportivos, shows, feiras científicas, entre outros, em locais abertos ou fechados. O funcionamento de cinemas, teatros e afins também segue suspenso, e também de academias de ginástica, centros de lazer e esportivos e shoppings centers. A população também não poderá frequentar praias, lagoas, rios, piscinas públicas e clubes para evitar aglomerações. Os serviços essenciais, como supermercados, açougues, padarias, lanchonetes, hortifrutis, farmácias, lojas de conveniência, devem permanecer funcionando, mas com medidas de segurança para evitar aglomerações, segundo divulgação da EBC.

A quarentena também afeta o transporte alternativo e seus trabalhadores. Conversamos com o motorista Júnior sobre o movimento das vans no Complexo do Alemão: “O movimento dos passageiros caiu muito, quase ou até praticamente pela metade do que faço num dia normal. Tivemos que trocar a escala das kombis aqui da Kanita, desde quando começou esse vírus estamos rodando com apenas “3” Kombis fazendo o trajeto da linha Canita x Praça de Inhaúma.”

O risco de transmissão do vírus no transporte público é influenciado pelo quanto ele está cheio, o que varia dependendo da rota e do horário. Também influenciam o grau de ventilação dos veículos, a limpeza e quanto tempo se permanece neles. Por isso, evite os horários de pico e escolha caminhos que precisem de só um meio de transporte ao invés da integração. Tenha cuidado com o contato pessoal e com objetos e superfícies. 

Os motoristas também sofrem com a pandemia, são serviços essenciais: sem eles o trabalhador não consegue chegar ao seu destino. Nem o doente consegue chegar ao hospital. Sem o cuidado necessário, pode ser fatal. Júnior também comentou sobre os cuidados que ele, como motorista, está tomando: “Estou me cuidando, estou utilizando máscara, levo álcool pra dentro da minha Kombi para minha higienização das mãos quando eu estiver parado no ponto.”

Nesse momento, pode parecer um transtorno não poder contar com a frota total de transporte, tanto para nós passageiros quanto para os motoristas que trabalham menos e deixam de ganhar. Mas é preciso respeitar a quarentena para que isso passe logo. Quanto mais gente furar o isolamento social, mais pessoas vão se contaminar e mais tempo vamos ficar à deriva: com nossa saúde em risco e sem saber o dia de amanhã. Por isso, fique em casa! E caso precise sair, se cuide.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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