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Finais da Taça das Favelas serão disputadas dia 27 de julho, em Moça Bonita

Os portões de Moça Bonita abrirão às 10h para o público

A entrada será franca, mas o estádio é sujeito a lotação

Em seu oitavo ano, a Taça das Favelas Rio contou com o envolvimento de 96 mil jovens e 240 favelas, durante várias etapas. Na fase final, foram 84 favelas masculinas e 24 femininas disputando as partidas da competição, de onde sobraram duas por categoria que vão disputar o título no próximo dia 27 de julho, sábado, em Moça Bonita, estádio do Bangu.

Nas duas categorias do torneio organizado pela Central Única das Favelas (CUFA) e produzido pela InFavela, as finais serão disputadas entre uma favela da Baixada Fluminense e outra da Zona Oeste.

Decidem o tão sonhado troféu Ari Pipa, nome dado em homenagem ao maior incentivador da Taça das Favelas, falecido no ano passado, os complexos do Corte Oito, de Duque de Caxias, e do Curral das Éguas, de Realengo, no feminino, com transmissão do Sportv para todo o Brasil, e os complexos do Patativas, de Campo Grande e do Gogó da Ema, de Belford Roxo, pelo masculino, com transmissão da Globo e também do Sportv.

“A Taça das Favelas mostra, ano após ano, que não é só um torneio de futebol. Temos a capacidade de mobilizar e integrar diversas favelas. Fazendo com que moradores de diversos desses territórios convivam pacificamente em um mesmo ambiente. E a cereja desse bolo será a grande festa que faremos em Moça Bonita nas finais”, comemorou Celso Júnior, diretor geral da Taça das Favelas.

Os jogos da competição começaram em março e aconteceram no Campo do Realengo, também na Zona Oeste do Rio. Antes disso, aconteceram Dias de Peneiras (DIPE’s), workshops sociais e outras atividades, desde o final do ano passado. A fase final da Taça das Favelas Rio 2019 contou com 84 seleções de favelas masculinas, com meninos de 14 a 17 anos, e 24 femininas, com idade livre.

No dia 27 de julho, os portões de Moça Bonita abrirão às 10h para o público. A entrada será franca, mas o estádio é sujeito a lotação. A final feminina terá início às 12h. Os meninos começam a decidir o título, às 14h, com transmissão ao vivo da Globo, com narração de Luís Roberto, comentários de Roger Flores e Alex Escobar. Os ex-craques Paulo Nunes e Grafite fazem a reportagem de campo.

Em ambas as partidas, a campeã será definida nos pênaltis em caso de empate, com três cobranças para cada seleção. Persistida a igualdade, as penalidades irão para as alternadas.

O Corte Oito chega à sua quarta final seguida, e espera sorte melhor do que teve no ano passado, quando perdeu a final por 2 a 1 para a Caixa D’Água, equipe que eliminou nos pênaltis nas quartas de final deste ano. A favela de Duque de Caxias conta com a tradição para buscar o terceiro título da Taça das Favelas.

“Perdemos algumas garotas que estiveram com a gente em competições anteriores. Mas temos camisa, e as outras equipes respeitam o Corte Oito. Com isso, vamos com tudo para lutar por esse tricampeonato”, disse Carlão, técnico do Corte Oito, lembrando dos títulos vencidos em 2016 e 2017.

O Curral da Éguas, adversário do Corte Oito, fez a melhor campanha da competição e também marcou mais gols. Com a campanha, a técnica Monique Oliveira confia que sua equipe pode ganhar o título do principal bicho-papão do torneio feminino da Taça.

“Claro que o Corte Oito é um grande time, mas isso não nos abala. Já nos consideramos vencedoras por estarmos na final, superando tantos obstáculos, que são impostos ao futebol feminino. Mas queremos mais”, vislumbrou Monique.

O Gogó da Ema destacou-se por vencer todos os seus jogos na competição. Além disso, a favela de Belford Roxo tem levado um grande número de torcedores para os jogos do maior campeonato de futebol entre favelas do mundo. Fatores que empolgam treinador e jogadores.

“Para todos nós é um sonho tudo o que está acontecendo com a nossa favela. Alguns dos garotos ainda nem acreditam. Talvez a ficha de alguns só caia, quando verem Moça Bonita lotada pela nossa torcida. E aí, vai ser difícil ter alguém mais motivado que a gente”, celebrou o técnico do Gogó da Ema, Vinícius Giló.

Seu adversário, o Patativas de Campo Grande, chegou na semifinal do ano passado, sendo considerado time sensação daquele campeonato, agora espera ir um pouco mais longe e ganhar o título do seu adversário, mesmo com o Gogó da Ema tendo uma melhor campanha e maior presença de torcida.

“O fato deles estarem levando uma grande torcida só é motivação para a gente. Do nosso lado, nossa comunidade está preparando uma grande festa. Tudo isso vai resultar em um grande jogo, que também será televisionado, e esperamos sair campeões”, falou Denilson Santos, liderança do Patativas.

As finais da Taça das Favelas Rio 2019 têm patrocínio do PicPay e da Friboi, copatrocínio das Casas Bahia e do Box Mineiro, apoio de Euro Sports, Vai Voando, Governo do Estado do Rio, Ministério da Saúde, Comunidade Door, Doctare, Globo, Sportv, Mycujoo e Placar Esportivo. Todos os resultados, tabela e artilharia da competição podem ser conferidos pelo aplicativo oficial da Taça das Favelas.

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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