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Com ameaça de terem seus barracos demolidos, moradores da Cidade de Deus pedem ajuda

Moradores da Cidade de Deus tiveram uma manhã turbulenta nesta quarta-feira, após a chegada de agentes do 18º Batalhão de Policiamento da Polícia Militar (BPM) na favela da Zona Oeste do Rio. A ação também contou com o apoio de um helicóptero e veículos blindados da Polícia Civil.

“Começou um tiroteio do caramba às 6h da manhã e o pessoal já na rua desde cedo para ir trabalhar. Como em toda favela, tiroteio é sempre da surpresa. A gente ficou sabendo pelo jornal que eles estavam aqui pra cumprir mandato e um morador foi ligando pro outro e avisando que estavam demolindo a casas”, conta um comerciante local.

Além de dois mandados, a operação militar teve como objetivo retirar barricadas nos principais acessos da comunidade e acompanhar a prefeitura do Rio na demolição de construções irregulares às margens da Rua Nova, em um local conhecido como rua do Rio Grande.

“Só derrubaram a minha casa!”

Ao chegar no local, a equipe do Voz das Comunidades encontrou mais de 40 famílias vivendo em barracos de madeira e entre eles, a casa da moradora Pâmela, que foi destruída por um trator.

“Peguei um vale e pedi folga no trabalho, já que ia fazer a mudança pra cá hoje. Era bem cedo e eu estava dormindo na casa da minha vó quando uma amiga ligou dizendo que estavam querendo derrubar a minha casa. Eu trabalho de carteira assinada e peguei vários empréstimos pra ter onde morar com meu filho.minha casa estava toda arrumadinha, já tinha piso e tudo. Perguntei como ia ficar meu prejuízo e o policial falou que eu não podia reclamar, já que não estava em casa”, contou a atendente Pamela Alessandra, de 28 anos, enquanto mostrava os entulhos deixados pela Prefeitura do Rio.

Após a casa de Pâmela ser destruída sem aviso prévio, a Coordenadoria de Segurança Urbana e Operações Especiais assinou uma notificação que foi colada nas casas na rua, onde ordena a paralisação de novas construções e notifica os moradores sobre novas demolições em breve, deixando muita gente que não tem para onde ir em desespero.

De acordo com moradores, até o momento não foi oferecido nenhum tipo de apoio ou assistência aos habitantes da região. “Os caras da Prefeitura falaram que veio uma mulher aqui antes conversar com a gente, mas pode perguntar pra qualquer um aqui, que todo mundo vai te dizer que não veio ninguém! Moro há mais de 30 anos na Cidade de Deus e não tenho pra onde ir. Trabalho fazendo bico e aceito qualquer emprego que me oferecem, mas como vou ficar agora sem ter pra onde ir? Vou ter que morar na rua?”, pergunta um morador que pediu para não ser identificado.

Segundo a TV Globo, a justiça determinou que a prefeitura desse apenas um prazo para os moradores saírem das casas.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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