“Estar na universidade pra mim é um ato político. É entender esse ambiente como um lugar para todos, principalmente para nós da periferia”
Jovens e moradoras de uma favela da Zona Norte do Rio, Antônia Natricia de 18 anos e Luíza Oliveira de 21, tinham um sonho em comum: Entrar para uma Universidade Pública. Porém os desafios eram grandes, já que não é fácil conciliar os estudos com a rotina de trabalho. Após algumas tentativas sem sucesso de passar no vestibular, elas não desistiram mesmo diante de todas as dificuldades. “Não tinha confiança em mim. Dividir o tempo entre trabalho e estudo foi desafiador. ” comenta Antônia.
Foi então que surgiu a oportunidade de fazer um pré vestibular comunitário e o Unifavela, que tem suas salas na comunidade da Nova Holanda, ajudou as jovens na realização do objetivo. O projeto visa atender aqueles que desejam cursar uma Universidade e não tem condições de pagar um cursinho. “A importância desses projetos é ajudar os moradores da comunidade, pois temos dificuldades por todos os lados, nas escolas precárias, nas operações policiais e na família também. O acesso a esses projetos nos motiva a estar batalhando pelo nossos direitos, ressalta Luíza Oliveira.
Ao ter conhecimento da aprovação, elas contam da importância desse momento “É a realização de um sonho, principalmente por se tratar de uma instituição de peso como a UERJ. Além disso, estar na universidade para mim é um ato político. É entender esse ambiente como um lugar para todos, principalmente para nós da periferia”, diz Antônia Natricia.
Luíza e Antônia foram aprovadas para o curso de Pedagogia da UERJ e acreditando que estar em uma Universidade além de ser uma fase de formação profissional é também um local de transformação Social, Antônia Natricia destacaram todo o apoio que receberam e confirmam que final todo sacrifício valer a pena. “Quero seguir carreira em uma profissão que possa ajudar as pessoas, principalmente no lugar onde moro, acredito que a educação é uma dessas ferramentas. Também quero mudar de perspectiva e creio que a universidade pode me proporcionar isso.”