Dono de três padarias, Anderson Lisboa conta como conseguiu se tornar referência nesse segmento e apoiar projetos culturais na favela do Fumacê
Toda comunidade possui aquela padaria tradicional, onde os moradores costumam comprar o pão de cada dia. Conhecido como “Cebolinha”, Anderson Lisboa, 34, começou cedo no ramo, embalando os pães, sendo o ajudante do ajudante, como o próprio descreve. Com uma história interessante, ele saiu da padaria que estava falindo e começou a trabalhar em um famoso supermercado como auxiliar. Mais tarde se tornou padeiro, depois chefe de masseira até chegar ao cargo de gerente de setor.
Foi nesse momento, que o nosso empreendedor pensou em abrir o seu próprio negócio. ” Em 2012 eu abri uma padaria em Realengo, que ficou apenas um mês aberta, infeliz- mente não deu certo por diversos motivos, principalmente pela fiscalização”. “Cebolinha” não desistiu, e nada melhor do que investir dentro da própria comunidade. Como ele já possuía os maquinários necessários, e sendo cria do Fumacê, ele encontrou uma antiga garagem na beira do rio para recomeçar. E deu certo. “Eu e um sócio fazíamos os pães em cima de um freezer, em uma garagem velha, e hoje nós temos três lojas e 21 funcionários, todos com carteira assinada”.
O padeiro conta ainda que além de ter duas padarias dentro do Fumacê, recentemente ele inaugurou a filial no Ponto Chic que fez 1 ano. Para dar conta do recado, ele conta com uma equipe que não é de funcionários e sim de amigos. “Não trato ninguém como funcionário, trato todos como amigos”. Atual- mente, a Pão Nosso de Cada Dia, além de fazer e vender pães, a filial da pracinha do Fumacê produz pães para mais quatro lojas a ainda fornece lanches para eventos e produções locais como é o caso do Rio Ópera Funk.
“Eu ajudo da maneira que eu posso, porque não tem outra pessoa para ajudar a comunidade, e se essa pessoa sou eu, eu ajudo, na medida do possível. Quando tem evento na quadra e as pessoas me procuram, eu sempre ajudo, seja financeiramente ou com os produtos das padarias”. Durante todos os dias de gravações e ensaios do Rio Ópera Funk, que é um curta que foi feito de maneira independente, sem qualquer ajuda do governo, Anderson forneceu lanches para todo elenco e produção, o que foi de suma importância para que o projeto fosse finalizado com êxito.