Cadê a praça?
A Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, em frente ao supermercado Inter na Vila Cruzeiro, na Penha, tem restos de alimentos, caixotes, escombros… Tudo, menos uma praça. Segundo moradores, o lugar tem esse nome porque, do outro lado da calçada, havia uma quadra de futebol e mesas de carteado. Ainda segundo os moradores, a realização da obra da praça foi pauta de promessa de diversos políticos em campanha ao longo do tempo, mas nunca virou realidade.
No portal da Prefeitura, em notícia do dia 13/12/2010, quando o prefeito era Eduardo Paes, a área aparece como tema de promessa do Programa Morar Carioca. Segundo o texto, “a apresentação ocorreu na Praça São Lucas, número um, em frente à Associação de Moradores”, no mesmo lugar onde hoje há uma placa com referência à obra, mas não tem praça – nem obra.
O mesmo escrito também informa que as obras estavam em processo de licitação e orçadas em 144,2 milhões, recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Prefeitura. A licitação incluiria também “obras de infraestrutura, rede de esgotos, urbanização, dois Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs); uma Clínica da Família; uma Praça do Conhecimento equipada com cinema e salas de inclusão digital; um mercado popular com 47 lojas e dois quiosques; um Pouso (Posto de Orientação Urbanística e Social); reflorestamento; contenção de encostas e áreas de lazer, com praças e espaços para a terceira idade e recreação infantil”.
Através da assessoria de imprensa, a secretaria de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação afirmou que a praça nunca foi tema do projeto Morar Carioca. Segundo eles, a obra da Praça São Lucas seria feita pela antiga Secretaria Municipal de Habitação, com verba da Caixa Econômica, repassada pelo Governo Federal através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ainda segundo a nota, na época a praça foi retirada do escopo de obras pois o contrato com a Caixa havia sido finalizado.
Hoje, o local tem só um mercado popular, onde era a antiga quadra, do outro lado da rua. Mesmo assim os moradores afirmam que não funciona como prometido. Segundo a ambulante e moradora Penha Miranda, a comunidade precisa de praça, de alguma oferta de lazer para as crianças. “Nós estamos abandonados”, reclama a moradora. E vão continuar assim por tempo indeterminado. “No momento não temos planos para a praça”, afirmou o subsecretário de Habitação, Roberto Nascimento, quando consultado pelo Voz das Comunidades.