Vaidade da falta de esforço…
acorrentado pela preguiça
no frio de um escuro calabouço
me engano, com versos e estrofes
a manifestar meus ódios e odes
à fraqueza que me sufoca
causando minhas mortes…
A falta de ar, o fardo imenso de respirar
tão árduo quanto o esforço de se expressar
em meio a tantos saberes que nós máquinas
havemos de decorar, soletrar, estudar
tão árduo quanto o poeta a recitar
teu sentimento ao ar
para rimar o saber idiota
À tão desejada nota.
Tal nota que nos julga a glória
nos decide a vida e a felicidade
Nota de tamanha ironia,
quanta glória sentia na falsidade
de um símbolo que mentia a verdade…
sobre minha inteligência, minha capacidade
a zerar os inoportunos de vontade
a idolatrar gênios com requintada vaidade
a desmerecer o burro, com a bruta realidade.
Darwin que caminha sobre as folhas
a mudar de cor, a alegria e a dor
caneta de vermelho como sangue,
caneta de azul como céu
eis a amargura de teu fel
a qualificar quem somos nós
de maneira tão simplória e tão cruel.
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