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Proteção por amor – Conheça a história do CAARP e de Tânia que atuam na Vila Cruzeiro

Em pleno século XXI ainda é comum animais abandonados pelas ruas, doentes e sem expectativa de uma vida decente. Algumas ONGs, abrigos e protetores têm feito o trabalho acolhendo tratando e colocando para adoção. Há também a SEPDA (Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais) que tem como missão promover ações necessárias à proteção e ao bem-estar e prevení-los de maus-tratos, mas o número de animais em situação de risco é muito maior do que a ajuda prestada.

Tânia Maria da Silva Santana conta que, no começo, relutou um pouco ao “chamado’” de protetora. Sabia que o caminho não seria fácil. Mãe de 3 filhos, vendedora de Yakult e protetora? Houve quem disse que não daria certo.

“Meu coração sempre foi cheio de compaixão por animais. Sempre que via algum levava para casa. Demorei um pouco a me assumir oficialmente, mas hoje tudo o que faço é por eles.”

Desde criança, Tânia ajudava os bichinhos sem lar, mas efetivou seu trabalho no ano de 2000, quando começou a orientar as pessoas e a levar cachorros e gatos para castração. Ao longo desses 15 anos atuando, o número de animais abandonados na Penha e arredores foi diminuindo consideravelmente. “Era comum encontrá-los em lixeiras, jogados por ai, com doenças. Hoje é mais difícil ver essas situações na Penha e eu sei que isso é resultado do trabalho que fazemos.”

A CAARP (Centro de Apoio aos Animais de Rua e Particulares) hoje conta com duas voluntárias diárias, Josiane Estevam de Malta e Maria Alice, 22 e 51 anos, respectivamente, e  cerca de 90 animais divididos entre cachorros, gatos, bodes e cabras. Além das voluntárias diárias, algumas pessoas ajudam no andamento do abrigo e contribuem com doações, ajudam nas adoções e divulgam, com amor em cada detalhe. O espaço onde o abrigo funciona hoje, é alugado desde 2010 por R$ 550,00. Perguntei a Tânia qual era seu sonho e ela disse que é comprar o local onde o abrigo está hoje, pois tudo lá é feito de forma improvisada e nunca se sabe se o dinheiro do aluguel vai existir no próximo mês. “O mais difícil na minha vida de protetora, é quando não temos ração para dar aos animais e quando algum deles está doente e não temos como tratar. Antigamente, eu ia à tarde para os fundos dos restaurantes pegar o lixo deles, que são sobras de comida, para alimentá-los. Era muito difícil, eu voltava sozinha carregando sacos imensos.”

Tânia chega ao abrigo às 8h e só sai às 21h, horário que tem para vender o Yakult e garantir o sustento da família. Ela deixa registrado que seu trabalho é totalmente voluntário. “Aperto sempre tem. Hoje é um desses dias. Contas? Sempre existem. Eu busco ser grata pelo que tenho. Se lá em casa tiver só salsicha, eu tô feliz. Faço uma salsicha com espinafre e aquilo se torna um banquete. Tenho que ser feliz com o que tenho. Às vezes, meus filhos me cobram. Mas eu optei por ser o que sou hoje e não me arrependo. Temos saúde, roupas para usar e o feijão e arroz de todo dia. Isso é o primordial.”

Hoje, a CAARP precisa muito de ajuda! Ajuda de todas as formas. Pode doar remédios? Ração? É veterinário e quer voluntariar seus serviços? Não tem como doar nada, mas tem tempo? Tudo é bem vindo. Basta ter amor e respeito aos animais.

Itens de urgência: Hitraconazol 100 mg doxiciclina, anti-inflamatórios e antibióticos, remédio de verme, pulgas e carrapato,  pastinhas e sachês, leite para filhote, caixa para transporte dos animais e material de limpeza.

Conta do CAARP:

(Thais T Martins)

Agência: 3325-1

Conta-Poupança: 100 6149-0 BRADESCO

Telefone de contato: (21) 99372-3006 Falar com Tânia

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Para um cão, você não precisa de carrões, de grandes casas ou roupas de marca. Símbolos de status não significavam nada para ele. Um pedaço de madeira já está ótimo. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Dê seu coração a ele, e ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?

Marley e Eu

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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