“Acordei com tiros e helicópteros”; Megaoperação no Complexo do Alemão impacta rotina e causa medo nos moradores

A operação começou às 4h30 da manhã. Diversos serviços foram paralizados e linhas de ônibus tiveram trajetos alterados
Foto: Renato Moura / Voz das Comunidades

Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (15) uma grande operação policial se instaurou no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Com isso, diversos serviços foram paralisados e alguns alterados, como o trajeto de diversas linhas de ônibus. Muitos moradores também foram as redes sociais deixar seus relatos de medo e indignação.

Trajeto alterado de ônibus

Em nota, a Rio Ônibus informou que devido a operação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, seis linhas estão com desvios de itinerários. São elas:

  • 621 (Penha x Saens Penha)
  • 622 (Penha x Saens Penha)
  • 623 (Penha x Saens Penha)
  • 625 (Olaria x Saens Penha)
  • 679 (Grotão x Méier)
  • 312 (Penha x Candelária)

As principais vias estão abertas e com veículos circulando normalmente.

Moradores com medo

A operação começou pela madrugada, impedindo muitos moradores de conseguirem sair de casa e irem para o trabalho. Nas redes, moradores demonstraram sua insatisfação e medo com toda a situação atual do CPX.

https://twitter.com/rbdquel/status/1879467421435887643

O ativista Raull Santiago, morador do Complexo do Alemão, também relatou em suas redes o medo perante a operação policial. Em seu perfil da rede X, ele escreveu. “Já são 6H20, quase 2H de operação policial aqui no Complexo do Alemão. São muitos tiros, seguidos de muito silêncio. Assim como eu, já vi muitas mensagens e fotos de moradores abrigados nos corredores de casa para se proteger. Manhã intensa por aqui”.

Junto com relatos de medo, chegam também muitos pedidos de paz para a favela.

Direitos violados

Caso você, morador, sinta que seu direito foi violado, entre em contato com a Defensoria Pública através do número 129 ou acessando este link (https://defensoria.rj.def.br/).

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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