Leandro Chagas, 26 anos, e Carla Muniz, 23 anos, vivem há nove anos em uma casa subterrânea no Capão, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, e enfrentam graves problemas estruturais que afetam o dia a dia da família. Pais de Valentina, uma bebê de 1 ano e 5 meses, eles relatam que o imóvel apresenta infiltrações, umidade excessiva, mofo e falta de ventilação. O casal teme pela saúde da filha, que já apresentou problemas de pele relacionados às condições do ambiente.
Leandro conta que tentou reformar a casa, mas a umidade persistente impediu o andamento das obras. “A gente quer comprar um armário de cozinha ou um sofá novo, mas sabe que vai estragar. Dá vergonha de receber visita aqui”, desabafa. O imóvel, herdado do pai de Carla, aparentava estar em bom estado no início, mas os problemas surgiram e se agravaram ao longo dos anos. Segundo o casal, os vizinhos não enfrentam os mesmos transtornos.
A falta de ventilação e luz natural, combinada com as infiltrações, já causou ferrugem em eletrodomésticos e atraído pragas, como ratos e baratas. A pequena Valentina, desde os 9 meses, desenvolveu manchas e alergias na pele. Após consultas e exames, médicos apontaram que o mofo e a umidade podem ter sido as causas. “Queremos criar nossa filha em um lugar seguro e saudável, onde ela possa brincar e se desenvolver bem”, afirma Carla.
Sem conseguir financiamento para mudar, o casal buscou o programa Minha Casa, Minha Vida, mas não foi aprovado. Eles recebem o Bolsa Família e esperam encontrar apoio do governo ou da comunidade para resolver o problema ou conseguir outro local para morar. “Só queremos ter condições dignas para viver e cuidar da nossa filha”, finaliza Leandro.
Produção: Taylane Mendes