Esta quinta-feira (21) é o penúltimo dia para se inscrever na 2ª Edição do Curso de Educação Antirracista da Escola de Samba Mirim Mangueira do Amanhã. Sucesso na primeira edição, a iniciativa busca criar um espaço de troca e ensino e aprendizagem sobre relações étnico-raciais, utilizando a cultura do samba como ferramenta pedagógica.
O curso, que integra o calendário oficial do Novembro Negro da Prefeitura do Rio, é realizado em parceria com a Estação Primeira de Mangueira, Quilombo do Samba, Gerência de Relações Étnico-Raciais da Subsecretaria de Ensino da Secretaria Municipal de Educação (GERER-SME) e Instituto Afrofuturo, contando ainda com o apoio de organizações como Cultne e PerifaConnection. A Yayá Comidaria Pop Brasileira oferecerá um almoço de confraternização para os palestrantes.
O curso reforça a importância da educação antirracista na formação das novas gerações de crianças e adolescentes do samba, assim como o cumprimento das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornam obrigatórios os estudos da cultura afro-brasileira, africana e indígena. Bárbara Rachel é diretora cultural da Mangueira do Amanhã, componente de carro coreografado da Estação Primeira de Mangueira e idealizadora do Curso de Educação Antirracista. Para ela, é de grande importância que a escola de samba mirim da Mangueira possa ser vista pela sociedade como um todo como um lugar de formação integral de crianças e adolescentes. Abrindo novos caminhos para todas as escolas mirins, destacando o pioneirismo no projeto. “A Mangueira do Amanhã abre alas para que escolas de samba mirins sejam vistas como espaços de formação integral, conectando arte, cidadania e protagonismo preto. Uma formação racializada. Acreditamos que isso só é possível quando envolvemos toda Comunidade nesse processo. Hoje a presidência e diretoria da Escola é composta de ‘crias’. Somos frutos de projetos culturais também.”
Para Marcos Luca Valentim, o curso “É sobre construir crianças fortes para que não precisemos consertar adultos quebrados”, afirmou enfatizando o impacto positivo da educação na desconstrução de estigmas raciais. Marcos é jornalista e é uma liderança no grupo étnico-racial da TV Globo. Além disso, Marcos é um dos fundadores do Ubuntu Esporte Clube, primeiro projeto audiovisual da Globo feito somente por jornalistas negros. Para Vivian Pereira, Coordenadora do Quilombo do Samba e enredista da Beija-Flor “O Curso de Educação Antirracista da Mangueira do Amanhã é uma iniciativa fundamental porque além de promover o conhecimento da história e da cultura africana e afro-brasileira, dá subsídio aos educadores para construir práticas pedagógicas mais diversas e inclusivas a partir de uma escola de samba”.
A escritora Kenia Maria, que também é representante das Mulheres Negras na Organização das Nações Unidas (ONU) palestrará sobre “Literatura Infantil Afrorreferenciada” no curso. “A minha literatura tem muito de colaborar com o combate ao racismo religioso nas escolas”, relata ela. Escritora das obras “Lindas Águas” e “Flechinha”, os livros tratam de jovens heróis que são presenteados pelos Orixás ao salvarem a natureza. “Os livros trazem a questão da sustentabilidade e da ecologia, que tem muito a ver com a nossa religião”.
O curso conta ainda com renomados nomes do Carnaval, da Educação Antirracista e da Cultura negra como:
- Sthefanye Paz, Enredista da Estação Primeira de Mangueira,
- Thayssa Menezes – Canavalesca da Abolição,
- Jader Moraes, Mestre em Comunicação e Cultura,
- Paulinho do Bandolim, Compositor consagrado da Mangueira,
- Evelyn Bastos Presidente da Mangueira do Amanhã e Rainha de Bateria,
- Patrícia Sodré, Especialista em Educação Infantil,
- Flávio Barros, psicólogo afrorreferenciado e passista,
- Morena MARIAH fundadora do Instituto Afrofuturo entre outros.
As inscrições vão até o dia 22 e podem ser feitas clicando aqui. O formulário também conta com link para o edital. O curso ocorre nos dias que acontecerá nos dias 23 e 30 de novembro, das 9h às 14h.