Texto colaborativo: Voz das Comunidades e Maré de Notícias
O Aquecimento do Festival WOW (Mulheres do Mundo) aconteceu no sábado (19), na sede do Voz das Comunidades, na Casa Voz, no Complexo do Alemão. O evento, como o próprio nome traz, é um aquecimento para o festival, que traz palestras e atividades que abordando o protagonismo de mulheres nos círculos profissionais e sociais.
A primeira mesa foi composta pelas jornalistas Melissa Cannabrava, coordenadora de comunicação do Voz das Comunidades, Andrezza Paulo, do Maré de Notícias e também colaboradora do Voz das Comunidades, Elena Wesley, do Data_Labe, Thuane Nascimento, a Thux do Perifa Connection. A moderadora da mesa foi Jéssica Pires, jornalista que já colaborou e coordenou o Maré de Notícias.
Dentro das suas perspectivas, as meninas trouxeram temas como a importância da preservação da memória de territórios através dos veículos comunitários, trajetórias e como a incidência sob a população periférica consegue trazer mudança para toda as comunidades.
A jornalista Jéssica Pires falou sobre a importância das pautas abordadas pelo Festival WOW. “É um festival que eu admiro muito, que promove encontros superpotentes, importantes, diversos, não só de mulheres diversas, como de pautas diversas e urgentes, assim como a comunicação comunitária. Então, pra mim foi uma honra, estou muito feliz e continuo aprendendo cada dia mais com a comunicação”.
Sobre desempenhar a função de mediação da mesa a partir das diferentes perspectivas abordadas pelas meninas, Jéssica detalha que a comunicação sempre esteve presentes nos territórios, justamente como ferramenta de defesa. E com mulheres à frente, o trabalho é mais importante e desafiador. “A gente dar luz a isso e mostrar como as mulheres têm liderado esses processos é muito importante e, sem dúvida assim, em todos os processos de comunicação, de produção de comunicação que eu venho fazendo dentro da Maré, pensando em comunicação comunitária.”
Elena Wesley, jornalista, trouxe a experiência a partir do Data_Labe e falou sobre órgãos governamentais que dizem não comentar sobre “dados extra oficiais”. Questionada como essa posição impacta na compreensão pública sobre determinados temas levantados, Elena revela que o Data_Labe já tinha passado por isso. “Aconteceu com a gente. Foi sobre uma pesquisa que estávamos fazendo sobre racismo nas abordagens policiais ou nos órgãos públicos. No momento de distribuir esse dado, eles disseram exatamente isso, que não comentavam.
Para Elena, este posicionamento dos órgãos públicos só reflete o quanto os tomadores de decisão fazem parte do mecanismo do racismo estrutural. “Então quando eu descredibilizo uma fonte que recorre à ciência para elaborar uma metodologia, que é a metodologia da geração cidadã de dados, eu deslegitimo essa fonte de dados e o que esse cenário está me trazendo. Ou seja, de alguma, forma eu estou legitimando que a gente continue com os problemas que a gente já tem”, reflete.