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‘Favela pede paz, basta de covardia’, moradores reclamam de três dias seguidos de operação policial na Maré

Ação conjunta de Prefeitura, Polícia Civil e Militar impacta moradores da favela da Zona Norte da cidade
Foto: Maré 'Não' Vive / Reprodução

O morador do Conjunto de Favelas da Maré está passando por tempos turbulentos desde a última segunda-feira (19). Está difícil começar o dia sem bombas, fogos, medo e tensão. A Polícia Militar do Rio de Janeiro realiza, pelo terceiro dia seguidos, operação na favela e desde o início da semana, caveirões adentram a comunidade por volta das 5h da manhã, impactando diretamente a vida dos moradores.

Nas redes sociais, moradores comentavam sobre os ação policial na favela:

Mas um dia de operação NH e PU, crianças ficaram 15 dias em casa não teve um dia de operação foi as crianças volta pras aulas as operação voltou tbm, será que eles tbm estava de férias? Ou será que as nossas crianças são escudo deles?

3° de operação seguida, mas um dia as crianças sem ir para escola, os comerciantes sem poder trabalhar

sons de bombas..
mais casas sendo demolidas
3° dia de operação policial
eu não consigo expressar o meu ódio.

3 dias de operação, escolas fechadas, comércio fechado, clínica da família fechada e depois não entendem o porque do povo de favela ser revoltado

3 dias seguidos tudo parado na favela, clínica da família, escolas as ongs, a maioria dos comerciantes n trabalham nesses 3 dias por causa de operação, que odio mano é revoltante

O impacto das operações na Maré

Aulas suspensas, atendimento de saúde afetado, comércio fechado.

Esses são pontos abordados por moradores da favela, onde muitos não conseguem sair para trabalhar. As ações policiais deixaram 24 unidades de educação sem aula na Maré na segunda-feira. Nesta quarta, o impacto é o mesmo.. A Secretaria de Estado de Educação confirmou que “duas escolas precisaram ser fechadas na região da Maré, afetando aproximadamente 900 estudantes no turno da manhã.” Já a Secretaria Municipal de Educação revalidou o número de 24 unidades escolares impactadas pelas operações policiais em curso. São mais de 1.000 alunos sem aula no Conjunto de Favelas da Maré

O que dizem as autoridades?

O Voz das Comunidades entrou em contato com os órgãos responsáveis pela ação na favela (Prefeitura, Polícia Militar e Polícia Civil).

A Polícia Civil emitiu nota pública em seu site, informando que investigações apontaram que “a comunidade do Parque União vem sendo utilizada há anos, por meio da construção e abertura de empreendimentos, para lavar o capital acumulado com o comércio de drogas. Os agentes apuraram ainda a participação de funcionários de órgãos representativos da comunidade no esquema.”

Em resposta ao Voz das Comunidades, a Polícia Militar informou que a operação que conta com equipes do Comando de Operações Especiais (COE) é uma missão de apoio à Secretaria de Estado de Polícia Civil e à Secretaria Municipal de Ordem Pública. O objetivo é derrubar construções que seriam usadas para lavagem de dinheiro.

A Prefeitura, através da Secretaria de Ordem Pública (SEOP) informou que a ação conjunta com as polícias tem como objetivo a “demolição de um condomínio, com mais de 40 construções irregulares na comunidade Parque União, na Maré.” A nota detalha que a operação, que também conta com apoio do Ministério Público, está em curso desde o dia 13.

Ainda segundo a nota da SEOP, os imóveis foram erguidos sem nenhuma autorização da Prefeitura e não possuem responsável técnico pelas obras. “Entre os imóveis, duas coberturas chamaram a atenção. De acordo com engenheiros da Prefeitura, as duas, juntas, foram avaliadas em R$ 5 milhões.”

Questionada sobre o encaminhamento de moradores que residiam nestas construções, a Prefeitura não respondeu até a publicação deste material.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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