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Rede Só Cria: iniciativa leva educação popular para a Rocinha, Barreira do Vasco e Pavuna

Há 4 anos, a organização Só Cria expande a educação popular em diferentes favelas
Foto: Guilherme Moraes / Divulgação

A instituição Só Cria de Educação Popular é uma iniciativa que surgiu em 2019 na Rocinha. Ela surgiu através de uma demanda do Grêmio Estudantil do Ciep 303 Ayrton Senna Da Silva, localizado em São Conrado. Em colaboração com outros movimentos “Movimenta Rocinha” e as “Brigadas Populares”, foi possível organizar um espaço físico dentro da escola para a realização da primeira turma. E hoje, a Rede Só Cria conta com três pólos, 50 alunos e 95 profissionais voluntários.

O objetivo do projeto é trazer uma ação educadora com assistência social, psicológico e pedagógico para que tenha cada vez mais pessoas pretas e de favelas na educação, seja no programa do Encceja, ou no Ensino Superior, entendendo as diferenças de cada território.

Atualmente, o projeto atua com curso de pré-vestibular com polos na favela da Rocinha, no Espaço Comunal Elízia Pirozi e na Barreira do Vasco, em São Cristóvão e também tem o curso de pré-Encceja, na favela da FICAP, na Pavuna.

O grupo luta pela democratização do acesso da favela à educação de qualidade e aos espaços historicamente negados à população favelada. “Por meio das aulas, projetos de extensão e passeios guiados, damos oportunidade de eles terem acesso à cidade. Muitos nunca saíram da favela, do seu território. O que buscamos através dessas ações que o pré-vestibular faça com que o filtro da falta de acesso acabe, com mais alunos periféricos, pretos e favelados tendo direito à educação”, afirma David Gomes, coordenador do Só Cria. Além disso, ele conta que durante a pandemia, foi distribuído cestas básicas entre os alunos mais atingidos pelo isolamento. Outra ação foi a distribuição de tablets e internet na Rocinha para a aprendizagem remota.

Os resultados se mostram por meio da continuidade e expansão da Rede de Educação Popular. “Aprovamos quase 50 alunos nas universidades públicas e privadas com bolsas”, satisfeito conta David sobre os resultados aos longos dos anos.

David Gomes, conhecido como Derê é cria do Complexo da Penha e diretor do Faferj (Federação das Associações de Favela do Estado do Rio de Janeiro). Além disso, é historiador e professor de história pela Uerj e está presente na coordenação do Só Cria. Ele conta um pouco mais sobre a história e implementação de outros polos. “Lá na Pavuna, os jovens falavam para a gente que não chegavam nem a terminar o Ensino Médio. Então achamos mais apropriado colocar uma educação pré-Encceja para eles conquistarem o ensino médio. Com o diploma da educação concluída, e como a favela FICAP, fica perto de empresas e indústrias, a contratação de moradores da favela da Pavuna seria mais fácil”, conta ele sobre o olhar atento na educação.

Na Barreira do Vasco, a educação também tem uma presença forte e muito trabalho coletivo. E ela se estendeu para dentro estádio. “O Vasco é o único time que tem um colégio dentro do estádio para os atletas se formarem até o ensino médio. Eles tem estrutura e abraçaram a ideia. A vice-presidência de responsabilidade social do time em cooperação com a Associação de Moradores da Barreira do Vasco, que a Vaninha é presidenta, foi possível atuar dentro do Colégio Vasco da Gama, dentro de São Januário.”

A parceria entre a Rede Só Cria de Educação Popular, Associação de Moradores da Barreira e o Vasco da Gama expressa um avanço na criação de um futuro melhor para o bairro de São Cristóvão e seus moradores. Além disso, sublinha a importância da colaboração na resposta às necessidades da comunidade e reflete uma visão partilhada da urgência de se promover oportunidades aos jovens das favelas.

A colaboração entre a Rede Só Cria de Educação Popular, a Associação de Moradores da Barreira e o Vasco da Gama representa um importante passo na construção de um futuro mais promissor para o bairro de São Cristóvão e seus habitantes. Essa parceria destaca a importância do trabalho conjunto para atender às necessidades da comunidade local, evidenciando uma visão comum sobre a urgência de oferecer oportunidades aos jovens das favelas. Por meio dessa união, as entidades envolvidas demonstram um compromisso compartilhado com o desenvolvimento social e a inclusão.

A Rede Só Cria de Educação Popular. Foto: Divulgação/Guilherme Moraes

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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