Morador, não caia para trás com a informação que você vai ler. O fato é que o Brasil é o país com mais casos de dengue no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, a famosa OMS. Até dezembro de 2023, foram registrados 2,9 milhões de casos que correspondem a mais da metade dos 5 milhões registrados no planeta.
Aqui na cidade do Rio de Janeiro foram registrados 23.542 casos da doença com seis óbitos no ano passado, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). E diante desses números, o Ministério da Saúde projeta aumento de casos de dengue em 2024.
“Nossos dados mostram que a maioria dos focos do Aedes aegypti ficam dentro do ambiente domiciliar, por isso a ajuda da população é fundamental. Devemos evitar deixar água parada em recipientes e manter a limpeza de caixas d’águas, ralos, calhas e outros locais que acumulam água”, diz o secretário municipal de Saúde Daniel Soranz.
Sintomas e tratamentos
A dengue é uma doença viral transmitida através da picada do mosquito Aedes aegypti, em áreas urbanas de climas tropicais e subtropicais. Os principais sintomas são: febre alta, dor no corpo, na cabeça, nas articulações, manchas vermelhas no corpo e mal estar. Também é preciso estar atento aos sinais mais graves.
“Os principais sinais de alarme são sangramentos, vômito persistente e dor abdominal intensa. Tem que ficar bastante atento e procurar a emergência. Eventualmente tem um sinal de alarme que a pessoa só vai descobrir quando for examinada. A gente chama de prova do laço. Esse é um exame que a gente faz usando um aparelho de pressão para avaliar se há sangramento da pele”, explica Dra. Nayara Rocha, médica de família e comunidade na Clínica da Família Zilda Arns, no Complexo do Alemão.
Ao sentir algum dos sintomas descritos, é indicado procurar atendimento médico e evitar automedicação, pois alguns medicamentos são contraindicados em casos de suspeita de dengue. “Assim como a maioria das doenças virais, a gente não tem um medicamento específico para dengue ainda. Então a gente trata os sintomas. Não pode usar qualquer medicamento. Remédios anti-inflamatórios estão expressamente proibidos para quem tem dengue. O principal tratamento da dengue é a hidratação”, afirma a Dra.
As autoridades estão agindo, você já fez a sua parte?
Os órgãos responsáveis recomendam que a população evite o acúmulo de água parada e, em caso de necessidade, solicitar vistoria pela Central 1746. Além do uso de repelente e, se possível, telas que impeçam a entrada de mosquitos em casa.
O Ministério da Saúde alega que o método Wolbachia está sendo expandido pelo governo federal no Rio de Janeiro. O CPX já foi contemplado pela iniciativa nos anos anteriores em que foi realizada a liberação de mosquitos modificados por uma bactéria que bloqueia a capacidade de transmissão de arboviroses. Vale lembrar que o Aedes aegypti também é responsável por transmitir a zika e a chicungunha.
No CPX do Alemão, profissionais da CF Zilda Arns estão realizando atividades de educação e saúde em relação à dengue durante os atendimentos – ação reforçada pela SMS. Equipes de Vigilância em Saúde vêm intensificando as medidas de prevenção e controle do Aedes aegypti.
E nada de deixar os cuidados de lado no Carnaval. Dia 7 de fevereiro, o ‘Bloco da Saúde’ vai para a rua reforçar a conscientização sobre as arboviroses. Em breve também será implementado um Polo de Dengue na CF Zilda Arns.
QDenga
As primeiras doses da Qdenga, vacina contra a dengue, chegaram ao Brasil. O imunizante fornecido pela farmacêutica japonesa Takeda será destinado a municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público. A aplicação deve começar em fevereiro no SUS em crianças e adolescentes entre 10 a 14 anos.