2ª edição do Festival Comida de Favela revela a riqueza gastronômica e cultural na Maré

Festival começou no último dia 3 de novembro e vai até o dia 2 de dezembro
Foto: Divulgação

O Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, é um ponto muito conhecido por sua diversidade cultural e histórica, que se reflete de maneira única em sua comida. O Parque União, por exemplo, se concretiza como um ponto forte da culinária local. Celebrando a forte cultura gourmet na comunidade, a ONG Redes da Maré está promovendo a 2ª edição do “Festival Comida de Favela”, que destaca a riqueza da cultura alimentar local e o empreendedorismo gastronômico que floresce na comunidade.

Há mais de duas décadas atuante na região, a ONG Redes da Maré tem como objetivo estimular e revelar a cultura de empreendedorismo gastronômico na Maré, valorizando a comida e a criatividade da cultura alimentar local. A influência de imigrantes nordestinos, que representam 25,8% da população, e a diversidade étnica, com 62,1% de negros e pardos, desempenham um papel fundamental na construção dessa rica tradição culinária.

O “Festival Comida de Favela” começou no último dia 3 de novembro e segue até o dia 2 de dezembro, oferecendo uma oportunidade única para moradores e visitantes explorarem os pratos do concurso. Os participantes terão a chance de votar em seus pratos preferidos, que concorrem a prêmios que podem ser direcionados para investimentos futuros.

Votação e Premiação

As duas categorias principais em disputa são “Melhor Comida de Bar, Restaurante ou Pensão” e “Melhor Comida de Rua”. Isso reflete a diversidade da cena gastronômica da Maré, que abrange desde pratos servidos em estabelecimentos formais até as delícias encontradas nas ruas.

No “Festival Comida de Favela”, a votação é democrática, dividida entre júri popular e especializado, com 16 jurados, incluindo chefs, jornalistas, influenciadores e moradores das favelas do Rio. Os vencedores, três em cada categoria, serão anunciados em uma festa no Parque União, com prêmios em dinheiro e uma animada roda de samba.

Entre maio e junho de 2023, 110 bares e restaurantes participaram do processo seletivo do festival. A maioria, 70,9%, atua com comida de bar, enquanto 29,1% se dedicam à comida de rua, com mais de 10 anos de experiência. Quanto ao perfil dos participantes, 46,4% são do Rio de Janeiro e 30,9% do Ceará, destacando a influência do Nordeste na Maré. Empreendedores igualmente divididos por gênero (49,1% homens e 49,1% mulheres), a maioria (61,6%) tem entre 30 e 49 anos. Na identificação racial, 53,6% se declaram brancos, enquanto 44,6% se identificam como negros e pardos. A Vila do João (21,5%) e o Conjunto Pinheiros (16,8%) se destacam entre as favelas representadas

O Bar Amarelinho é um dos competidores no 2ª Festival de Comida da Favela
Foto: Divulgação

O “Festival Comida de Favela” é uma celebração da identidade e da criatividade culinária da Maré, destacando o talento e o esforço dos empreendedores locais. Além disso, proporciona uma oportunidade para os visitantes conhecerem um lado autêntico e saboroso da cultura carioca que muitas vezes passa despercebido.

Não apenas um evento gastronômico, o festival também ressalta a importância de apoiar o empreendedorismo nas comunidades, gerando oportunidades e promovendo o desenvolvimento econômico local. É uma demonstração da vitalidade e da resiliência das comunidades de favelas, que continuam a prosperar e a florescer, apesar dos desafios enfrentados.

O “Festival Comida de Favela” na Maré é muito mais do que um concurso de pratos saborosos; é uma celebração da diversidade, da cultura e da capacidade empreendedora de uma comunidade que, há muito tempo, se destaca por sua criatividade e resiliência. Portanto, se você é apaixonado por gastronomia autêntica e quer apoiar o empreendedorismo local, não deixe de participar desta festa culinária única na Maré. Venha saborear e celebrar a rica cultura gastronômica que é a essência da Maré.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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