Na última quinta-feira (9), o Centro de Estudos de Pesquisa e Segurança (CESeC) revelou uma pesquisa que aborda tópicos de violência armada em áreas da segurança, saúde, educação e território. O estudo considerou áreas onde os moradores enfrentam problemas semelhantes como falta de acesso aos serviços de saúde por conta de operações policiais, além das semelhanças de níveis socioeconômicos dos moradores. A informação é do jornal Maré de Notícias.
O estudo entrevistou 1.500 moradores em seis diferentes comunidades:
- Vidigal, na Zona sul
- Nova Holanda, no Conjunto de Favelas da Maré e Manguinhos, ambas na Zona Norte do Rio
- Jardim Moriçaba e Parque Conquista, Zona Oeste da cidade
- Parque Proletário dos Bancários, na Ilha do Governador
Segundo a pesquisa:
- Os resultados também apontam para um aumento considerável no risco de hipertensão entre os moradores expostos à violência, registrando um aumento de 42% em comparação ao grupo de residentes em áreas menos afetadas por esse problema.
- Uma significativa parcela (59,5%) dos residentes em favelas que frequentemente enfrentam episódios de tiroteios com a participação de agentes policiais relatou o fechamento recorrente das unidades de saúde devido à violência. Esse percentual, porém, contrasta marcantemente, caindo para 12,9%, entre os entrevistados que vivem em comunidades menos expostas a esse tipo de cenário.
- Os dados também evidenciam um impacto financeiro significativo relacionado ao fechamento das unidades de saúde nas regiões com maior incidência de violência. Estima-se um custo de mais de R$ 300 mil aos cofres públicos e à sociedade devido a essa situação.
- Além disso, constatou-se que quase um terço (26,5%) dos indivíduos que habitam nas favelas mais atingidas pela violência já adiaram a busca por serviços de saúde, uma proporção consideravelmente maior do que os meros 5,9% observados entre aqueles que vivem em comunidades onde tiroteios são menos comuns.
- A pesquisa ainda ressalta que os moradores mais expostos à violência sofrem perdas anuais de até R$ 1,4 milhão, decorrentes da limitação de suas atividades cotidianas devido a problemas de saúde resultantes desse contexto adverso.