Primeira reunião sobre implementação do IFRJ no CPX do Alemão discute terreno para construção do campus

Encontro contou com a presença da Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, Reitoria do IFRJ e articuladores do território
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades
Foto: Selma Souza / Voz das Comunidades

A primeira reunião sobre a implementação do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) no Complexo do Alemão aconteceu nesta segunda-feira (18), na Nave do Conhecimento da Nova Brasília. O encontro teve como tema central o terreno onde será construído o campus da instituição de ensino médio técnico e superior.

Outros temas como os cursos que serão oferecidos, melhoria da Educação Básica das crianças do Alemão e pesquisa de demanda do território foram abordados. Com três ‘possibilidades padrão’, o IFRJ pode atender 1.500, 3 mil ou 5 mil alunos, dependendo da metragem do terreno.

Na reunião estiveram presentes a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, a Reitoria do IFRJ e moradores do Complexo do Alemão que fizeram parte da construção Plano de Ação Popular do CPX, documento com uma série de demandas para a melhoria do território do Alemão, incluindo o campus do IFRJ. Ainda, Rene Silva e Tia Bete – educadora e idealizadora do projeto Oca dos Curumins, que esteve em Brasília com a proposta da construção da unidade para o governo federal – participaram deste primeiro encontro.

No último dia 12 de julho, o Ministro da Educação Camilo Santana, ao lado da primeira-dama Janja, ao lado da liderança comunitária Camila Moradia e Tia Bete, confirmou o compromisso de implantar uma unidade do IFRJ no Complexo do Alemão. A declaração foi publicada no perfil do Instagram do ministro e da primeira-dama.

Leia mais: Ministro da Educação promete a construção de um Instituto Federal no CPX do Alemão

Rafael Almada, Reitor do IFRJ

O Reitor do IFRJ, Rafael Almada, relembrou que o projeto para a implementação de um campus do instituo vem de muitos anos.

“O IFRJ Campus Alemão não é um projeto novo, é um projeto que vem desde 2013. Mas, por diversos motivos políticos, administrativos e de gestão ele não aconteceu. Agora, depois de 10 anos, estamos retomando esse diálogo para, efetivamente, consolidar uma unidade que pense ensino técnico, graduação e pós-graduação. Ficamos muito felizes em poder dar andamento a essa discussão, como os cursos que serão oferecidos”, disse Almada.

Alan Brum Pinheiro, Coordenador do Plano de Ação, pontuou duas coisas que não irão abrir mão. A primeira é que a localização do IFRJ seja no Complexo do Alemão: “Não é Olaria, nem Bonsucesso, nem Ramos; é Alemão”. A segunda: “Que seja uma unidade completa, mesmo que abra de um determinado tamanho e depois vá se ampliando gradativamente, para que possa atender o máximo de pessoas possível”.

“Já conseguimos avançar com relação ao terreno, com algumas possibilidades de espaços onde pode ser construído o campus, que agora vão ser analisados”, explicou sobre a primeira reunião.

Tatiana Roque, Secretária de Ciência e Tecnologia

Tatiana Roque, Secretária de Ciência e Tecnologia, declarou que a Prefeitura quer que o Rio seja a capital da Tecnologia, mas “que seja para todo mundo, ou seja, que chegue também nas regiões mais vulneráveis da cidade”.

“A Secretaria de Ciência e Tecnologia veio representando a Prefeitura. Nós vamos articular diversas áreas para viabilizar o IFRJ aqui no Alemão. Precisamos ver o terreno, por exemplo. Estamos articulando para realmente conseguir implementar esse projeto que vai ser tão importante para a comunidade”, afirmou a Secretária.

Tia Bete, educadora e fundadora da Oca dos Curumins

Tia Bete, educadora focada em alfabetização e fundadora do projeto social Oca dos Curumins, no Complexo do Alemão, atenta para o tema da Educação Básica.

“O meu sentimento é de emoção mas ao mesmo tempo há a preocupação da base porque o meu forte é a base, principalmente a alfabetização. Fico muito triste que ainda em 2023 nossas crianças não consigam alcançar uma boa alfabetização, ficam muito aquém. Ou seja, em um concurso com qualquer outra classe, nossas crianças ficam a desejar. Não por culpa delas e sim por culpa do sistema que não valoriza esse lado. Então eu fico muito alegre que estamos avançando, mas também é uma oportunidade de falar das nossas demandas e ter uma Educação realmente inclusiva para nossas crianças e jovens. E também os adultos, né?”, concluiu ela.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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