Este é o mês das tradicionais festas juninas. Durante essas festividades, é comum ver tranças artificiais coladas em chapéus de palha e outras feitas a partir do próprio cabelo da pessoa. Porém, na favela, as tranças fazem parte da estética da população negra. É meio de preservação da identidade, mas também garantia de renda para muitas famílias.
É o caso de Juliana Nascimento, 46 anos, moradora do Vidigal. Há três anos, decidiu se profissionalizar na arte das tranças. Nagôs, box braids, gypsy fizeram sua cabeça. Atualmente, atende clientes de várias idades, moradores, visitantes do morro e não pensa em largar a profissão. “Atendemos todo mundo, mas nosso foco é mulher negra. Se a mulher caucasiana quer trançar é porque se sente bonita. Não vejo como apropriação”, comentou a empreendedora.
Sendo a população majoritariamente negra e essas empreendedoras moradoras de favela, o trabalho delas vai além de embelezar. É promover a estética afro-brasileira. Apesar da prática ancestral, somente em 2009 o Ministério do Trabalho reconheceu a profissão de cabeleireiro étnico e trancista.