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Conheça a história de Jota, cantor de pagode do Alemão

Do canto lírico ao pagode, professor de violão no Talentos do Morro fala sobre trajetória no mundo da música
Jota é fã de Michael Jackson e os estilos musicais que sua mãe ouvia, como disco dance e samba, foram referências.
Jota é fã de Michael Jackson e os estilos musicais que sua mãe ouvia, como disco dance e samba, foram referências (Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades)

Jorge Júnior, 48 anos, conhecido como Jota, é morador do Morro do do Adeus, no Complexo do Alemão. Pai de meninas, é cantor e professor de violão para iniciantes no projeto social Talentos do Morro. Sua história com a música iniciou na adolescência quando começou a cantar na igreja. Jota também fez aulas de canto lírico, mas foi pelos ritmos populares, de origem afro, que se apaixonou. “Eu estudei para ser cantor lírico, mas gosto de popular. O estilo de música que se canta na Igreja Católica não tinha muito a ver comigo. Era legal, mas não me satisfazia. Eu gosto de tudo, mas o pagode é minha área”, conta Jota.

Conhecido por ser um dos pioneiros do pagode no Alemão, já cantou em vários grupos de sucesso, como o Nosso Grito, que bombou nas rádios nos anos 2000. Jota também já dividiu palco com grandes nomes do gênero. Entre eles, Péricles, Belo, Chrigor, Sorriso Maroto, Imaginasamba e Swing & Simpatia. 

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Mesmo com uma trajetória de sucesso, Jota teve dificuldades para conseguir viver da arte e deixou a música durante 7 anos. “A gente deixa pessoas, situações, palavras e problemas jogarem a gente lá embaixo e a gente deixa de acreditar na gente. Eu deixei de acreditar em mim por um bom tempo, só que hoje não mais. Hoje eu acredito em mim e não me importo se as pessoas não acreditarem”, afirma o cantor.

Quando Jota aceitou ser professor voluntário no Talentos do Morro, ele estava com depressão. Fazer parte da iniciativa o ajudou (Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades)
Quando Jota aceitou ser professor voluntário no Talentos do Morro, ele estava com depressão. Fazer parte da iniciativa o ajudou (Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades)

Como diz o ditado popular “a voz do povo é a voz de Deus”, as pessoas começaram a questionar o porquê Jota deixou de cantar e incentivaram sua volta à música. “Me viam na rua e perguntavam porque eu não voltava a cantar, que eu canto bem e tenho talento. Então eu só posso me render aquilo que já está em mim, é meu, sou eu”, diz.

Atualmente o artista está tentando seguir carreira solo. Aceitou convites para cantar em apresentações de amigos artistas. O cantor espera por mais oportunidades no meio. Apesar dos desafios, seu maior sonho é poder ser feliz fazendo o que gosta.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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