Jorge Júnior, 48 anos, conhecido como Jota, é morador do Morro do do Adeus, no Complexo do Alemão. Pai de meninas, é cantor e professor de violão para iniciantes no projeto social Talentos do Morro. Sua história com a música iniciou na adolescência quando começou a cantar na igreja. Jota também fez aulas de canto lírico, mas foi pelos ritmos populares, de origem afro, que se apaixonou. “Eu estudei para ser cantor lírico, mas gosto de popular. O estilo de música que se canta na Igreja Católica não tinha muito a ver comigo. Era legal, mas não me satisfazia. Eu gosto de tudo, mas o pagode é minha área”, conta Jota.
Conhecido por ser um dos pioneiros do pagode no Alemão, já cantou em vários grupos de sucesso, como o Nosso Grito, que bombou nas rádios nos anos 2000. Jota também já dividiu palco com grandes nomes do gênero. Entre eles, Péricles, Belo, Chrigor, Sorriso Maroto, Imaginasamba e Swing & Simpatia.
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Mesmo com uma trajetória de sucesso, Jota teve dificuldades para conseguir viver da arte e deixou a música durante 7 anos. “A gente deixa pessoas, situações, palavras e problemas jogarem a gente lá embaixo e a gente deixa de acreditar na gente. Eu deixei de acreditar em mim por um bom tempo, só que hoje não mais. Hoje eu acredito em mim e não me importo se as pessoas não acreditarem”, afirma o cantor.
Como diz o ditado popular “a voz do povo é a voz de Deus”, as pessoas começaram a questionar o porquê Jota deixou de cantar e incentivaram sua volta à música. “Me viam na rua e perguntavam porque eu não voltava a cantar, que eu canto bem e tenho talento. Então eu só posso me render aquilo que já está em mim, é meu, sou eu”, diz.
Atualmente o artista está tentando seguir carreira solo. Aceitou convites para cantar em apresentações de amigos artistas. O cantor espera por mais oportunidades no meio. Apesar dos desafios, seu maior sonho é poder ser feliz fazendo o que gosta.