A letalidade das operações policiais é um tema recorrente em matérias dos noticiários. De acordo com o relatório anual do Instituto Fogo Cruzado, entre 2019 e 2022, houve 237 chacinas na região metropolitana do Rio de Janeiro que deixaram 953 mortos.
Considera-se como chacina o assassinato de mais de três pessoas. Foi a indignação com a truculência de uma chacina, em 2016, que teve duração de 19 horas e deixou 7 pessoas feridas na Nova Holanda, no Complexo da Maré. A chacina desencadeou na Ação Civil Pública (ACP) da Segurança Pública, tema da reunião do Fórum Basta de Violência: Outra Maré é Possível nessa terça-feira (11), na Escola Bahia.
Participaram da reunião membros de organizações civis como a Casa da Resistência Lésbica da Maré, Luta Pela Paz, Observatório de Favelas, Redes da Maré e representantes da associação dos moradores da Nova Holanda e Rubens Vaz.
O objetivo do encontro é debater questões que atingem não apenas o Conjunto de Favelas da Maré, mas toda a cidade no que se refere à segurança pública e à atuação do Estado nas Favelas. A advogada Marcela Cardoso destaca: “Segurança pública é dever do estado e direito dos moradores“, e que o objetivo da ACP das favelas é questionar porque a polícia age de forma violenta nos bairros mais afastados da região central da cidade.
A importância de mobilizar a população para entender os direitos e a contribuição popular para o debate no legislativo, também foi abordada na reunião que teve duração de duas horas. A criminalização de pessoas pretas foi citada nas falas do representante da vereadora Monica Cunha, que falou do trabalho realizado pela parlamentar na Comissão Especial de Combate ao Racismo.
O Fórum Basta de Violência atua desde 2017 debatendo estratégias e levando conhecimento sobre segurança pública para os moradores. As reuniões acontecem sempre na segunda terça-feira de cada mês, às 10h da manhã.