“Complexo – Guerra dos 300” é um filme com direção e roteiro de Fabiana Escobar, popularmente conhecida como Bibi Perigosa. Inspirado em acontecimentos dos anos 80 até 2010, o longa está sendo gravado no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, e conta a trajetória de 3 homens que disputam o poder do tráfico de drogas na maior facção do Rio de Janeiro. Dentre os nomes do elenco, está MC Smith como um dos protagonistas.
Infelizmente, não há uma data de lançamento ainda. Produzido de forma independente, o objetivo é que o filme vá para as telonas do cinema, ou até mesmo para plataformas de streaming, como a Netflix. Até a mãe de Fabiana Escobar, a Dona Fátima, de 71 anos, ajudou. Ela providenciou o dinheiro para conseguir o ‘caveirão’. “Minha mãe chegou e disse assim: ‘tenho duas notícias. uma é que arrumei o dinheiro do caveirão, a outra é que quando eu terminar de pagar já vou ter morrido’”, conta Fabiana.
A diretora, de 41 anos, que antes dirigiu um filme de terror (O Vale dos Espíritos, ainda em edição), conta que fugia da temática ‘tráfico’. “É porque eu não tenho meio termo. ‘Complexo’ é um filme sem herói; eu não tenho medo de falar da polícia, como também não tenho medo de falar de bandido. Quando lançamos o teaser, o jornalista Marcos Nunes me ligou e perguntou: ‘não acha que vão falar que isso é apologia?’. Por que quando alguém que não é do morro faz um filme falando do morro é contar a realidade. Mas quando a gente, que é do morro, conta é apologia? Não é apologia, é uma ficção”, ressalta.
Fabiana Escobar ganhou muita visibilidade após escrever seu livro “Perigosa”, que inspirou a personagem interpretada por Juliana Paes na novela ‘A Força do Querer’. Então, ela conta que não tem medo de rótulos, nem de cancelamento ao lançar o filme. “Se me chamam de ‘mulher de bandido’ eu respondo: fui eu quem escrevi o livro, eu quem te contei, ou seja, não tá dizendo nada”, pontua a diretora, que se considera uma caixinha de surpresas e defende que mulheres são múltiplas, não uma coisa só.
O cantor e ator MC Smith, 35, interpreta o traficante Pastor, um dos personagens principais do filme. “Meu personagem é um cara durão, implacável, mas correto. Ruim quando tem que ser ruim, bom quando tem que ser bom. Não é aquele cara covarde, como muitos são quando têm poder. O filme retrata a vida dos caras aqui do complexo, que faz parte da história carioca”, diz Smith.
Carlos Henrique, 48, é barbeiro há 20 anos, fez um teste de figuração, mas entrou no elenco fixo após algumas participações. Ele, que é cria do Alemão, interpreta o Riquinho, segurança do traficante Jeremias, um dos personagens principais do filme. “Jeremias é inspirado em um traficante que existiu aqui no Complexo do Alemão, mas com outro nome. Meu personagem é muito leal, mas não ao responsável do momento, e sim a facção. O que mandam ele fazer, ele faz”, conta.
Marcelo Manhães, 37, mais conhecido como Marcelinho da Baixada, é cria de Nova Iguaçu e interpreta um policial do BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), também chamado Marcelinho. “Pra mim é bastante gratificante como ator interpretar um personagens diferentes; já interpretei bandido e agora é a segunda vez que faço um policial. A gente vê que é capaz de coisas que nem imaginamos ser. Mostrar que a Baixada tem valor!”, declara o ator.
“Complexo – Guerra dos 300” é um filme da ROCYWOOD, produtora independente criada na Rocinha, favela da Zona Sul do Rio de Janeiro.