A Maré acordou com intenso tiroteio na segunda-feira (26). A incursão, da Polícia Militar em conjunto com a Polícia Civil, deixou cinco mortos e unidades escolares (cerca de 35) e de saúde tiveram suas atividades interrompidas. Moradores relatam que não conseguiram sair de casa para estudar e trabalhar. Os que conseguiram, foram arriscando a vida. De acordo com a PM, a operação foi encerrada antes das 18h. Mas, de acordo com os moradores da Maré, ainda havia helicópteros sobrevoando a região até a publicação desta reportagem.
Camila Felippe, de 25 anos, saiu de casa durante a operação para não perder sua prova da faculdade. Ela contou que saiu mais de três horas antes do horário. “Fiquei com medo de não conseguir sair de casa depois. Eu perguntei para a professora se poderia fazer uma segunda chamada caso eu não conseguisse sair e ela me informou que não, já que prova final não tem segunda chamada. Então, seria reprovação na hora”, desabafou.
“A gente já fica tenso de estar fazendo a prova, mas em dia de operação a gente fica em dobro. Horas antes de ir, eu estava me tremendo toda porque estavam arrombando os carros e portas dos meu vizinhos. O medo toma conta da gente”, finaliza a estudante.
Outra estudante, que preferiu não ser identificada, conta que não conseguiu sair de casa para nada. “Estou em claro desde 4:40 da manhã, quando a polícia chegou com muito tiro. Não consegui sair para trabalhar, não consegui sair para ir à faculdade. Fora a nossa mente, que fica afetada com todas as imagens que vem chegando”, relata, se refrindo no final às imagens de violência policial com os moradores que circulam.
Em nota, a Polícia Militar informou, às 18h10, que a operação havia sido encerrada e que “equipes reforçam o policiamento nas vias expressas”. Ainda de acordo com a PM, a operação conjunta das polícias teve como objetivo “conter tentativas de investidas de uma facção criminosa contra outra nesta região.”