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Após ser demitida, moradora do Alemão espera assistência do governo

Nossa sociedade vem buscando formas de se organizar em meio à pandemia do Coronavírus. O novo vírus elevou o números de preocupações já existentes nas favelas, afetando, principalmente, as famílias em situação de vulnerabilidade social.

Contratada como vendedora em um quiosque de jóias, Jéssica Vieira trabalhava há apenas um mês quando o primeiro caso de Coronavírus foi confirmado no Rio de Janeiro, aumentando a rigorosidade das medidas de isolamento social. A moradora do Loteamento, uma das comunidades do Complexo do Alemão, na zona Norte do rio, contou para o Voz das Comunidades sobre o momento delicado que está passando.  

“No dia 16 (de março) fomos comunicados que a partir desse dia o shopping não funcionaria mais. Ficamos sem saber o que fazer! No dia 23 o próprio dono da loja me enviou uma mensagem pedindo para levar as chaves e o uniforme, pois ele não teria como manter os funcionários contratados, justificando que a empresa não teria condições de efetuar os pagamentos. Ser dispensada com uma mensagem dessas (via Whatsapp) é meio assustador.”

Jéssica mora de aluguel, é mãe de um menino que acabou de completar um ano e teme não poder sustentar a família. O pagamento da rescisão também é um mistério. “Ainda não assinei rescisão, mas a situação é tão grave que fiz um acordo para receber o que é meu por direito e vou receber em 3 vezes. Fico muito apreensiva, principalmente por essa situação que estamos passamos não ter uma data para acabar. Como vou fazer para arrumar outro emprego?” 

A jovem de 28 anos é uma das milhares de pessoas que estão na expectativa de receber a ajuda financeira já aprovada pelo Congresso Nacional e ainda sem ação prática do governo federal.  “Eu moro sozinha com meu filho e sou inquilina de aluguel, então nesse momento só quero que isso passe e tudo volte ao normal, porque sem trabalho a gente não come, não paga contas, não faz nada e com criança em casa a gente pensa logo nos alimentos. O auxílio do governo vai ajudar quem perdeu a única renda que tinha durante esse período. A gente sabe que eles poderiam fazer muito mais, e quem sofre as consequências somos nós trabalhadores”. 

Vale lembrar: Lideranças do Complexo do Alemão criaram um gabinete de crise com outras organizações sociais para combater e conscientizar moradores sobre o Coronavírus e sua doença, a COVID-19. Ajude e colabore com doações, divulgações e seguindo as medidas do ministério da Saúde.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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