Na Cidade de Deus, Zona Oeste da cidade do Rio, motoristas de \u00f4nibus relataram ao Voz das Comunidades a respeito das adversidades vividas devido a sua profiss\u00e3o, durante estes meses de pandemia do novo coronav\u00edrus, e sobre como tem sido estar na linha de frente em suas fun\u00e7\u00f5es essenciais \u00e0 servi\u00e7o do carioca.<\/p>\n\n\n\n
A pandemia tem impactos diferentes em cada camada da sociedade. Infelizmente, a op\u00e7\u00e3o de isolamento social n\u00e3o existiu para muitos trabalhadores, em especial, para quem exerce estes trabalhos, tido como essenciais, que s\u00e3o os da \u00e1rea da sa\u00fade, da limpeza de vias p\u00fablicas e transporte p\u00fablico. A categoria dos motoristas de \u00f4nibus, por exemplo, \u00e9 um dos setores mais expostos aos riscos do cont\u00e1gio do v\u00edrus, portanto, de ter a Covid-19.<\/p>\n\n\n\n
Na linha de frente<\/h2>\n\n\n\n
O motorista Jos\u00e9 Roberto, de 58 anos, \u00e9 morador da Cidade de Deus e contou como foi para ele estar trabalhando em meio a uma situa\u00e7\u00e3o grave de sa\u00fade p\u00fablica, tendo contato di\u00e1rio com in\u00fameras pessoas. \u201cFiquei preocupado, ainda mais no in\u00edcio sem termos um conhecimento direito do que era. Me cuidando pela minha fam\u00edlia, trabalhando com muito cuidado, muita aten\u00e7\u00e3o, e toda hora limpando as coisas\u201d. <\/p>\n\n\n\n Jos\u00e9 Roberto ainda falou sobre o atual momento de flexibiliza\u00e7\u00e3o do isolamento na cidade do Rio. \u201cCada dia \u00e9 uma pessoa diferente. N\u00e3o sabemos com quem estamos tendo contato. Fa\u00e7o minha parte e limpo o \u00f4nibus quando chego. Estou mais tranquilo com a melhora da situa\u00e7\u00e3o, mas, ainda assim, muito preocupado porque n\u00e3o acabou pandemia, n\u00e3o acabou para mim, ainda tem muita gente morrendo\u201d.<\/p>\n\n\n\n Outro motorista e morador da CDD, que falou sobre como foi atuar durante a pandemia, chama-se Bruno Santos, e tem 37 anos. O profissional manifestou sua preocupa\u00e7\u00e3o com a popula\u00e7\u00e3o que, muita das vezes, mostra-se “irrespons\u00e1vel” no que se refere \u00e0 higieniza\u00e7\u00e3o pessoal e que isso p\u00f5e tanto a sua pr\u00f3pria vida em risco quanto a do trabalhador, que est\u00e1 ali exercendo sua fun\u00e7\u00e3o em prol de todos.<\/p>\n\n\n\n \u201cMuitas pessoas est\u00e3o levando na brincadeira. Est\u00e3o relaxando porque n\u00e3o aconteceu com elas ou com seus familiares e amigos, e acham que nunca vai acontecer. Entram no \u00f4nibus sem m\u00e1scara, n\u00e3o se cuidam.” Para Bruno, quem trabalha no dia a dia n\u00e3o pode relaxar. “Essas atitudes das pessoas botam a minha vida e de outros trabalhadores tamb\u00e9m risco\u201d.<\/p>\n\n\n\n Bruno destaca que n\u00e3o s\u00f3 os motoristas, mas tamb\u00e9m outros trabalhadores, de servi\u00e7os essenciais, necessitam seguir firmes na execu\u00e7\u00e3o de seus afazeres di\u00e1rios. \u201cJ\u00e1 faleceram dois motoristas daqui e outras pessoas que trabalham na empresa. Pe\u00e7o \u00e0 popula\u00e7\u00e3o que se cada um fizer a sua parte, fica mais bonito. At\u00e9 achar a vacina para essa doen\u00e7a, essa atitude salva vidas\u201d.<\/p>\n\n\n\n A Cidade de Deus registra 340 casos de Covid-19, 63 \u00f3bitos, e 272 pessoas recuperadas segundo o Painel de atualiza\u00e7\u00e3o de coronav\u00edrus nas favelas do Rio de Janeiro<\/a><\/strong><\/span>, <\/a>feito pelo Voz das Comunidades<\/strong>.<\/p>\n\n\n\n![\"\"](\"https:\/\/www.vozdascomunidades.com.br\/wp-content\/uploads\/2020\/08\/CDD-07-1024x681.jpg\")
Preocupa\u00e7\u00e3o com passageiros<\/h2>\n\n\n\n
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