Notice: Uninitialized string offset: 0 in /home/renesilv/public_html/wp-includes/html-api/html5-named-character-references.php on line 1

Notice: Uninitialized string offset: 0 in /home/renesilv/public_html/wp-includes/html-api/html5-named-character-references.php on line 1

Notice: Uninitialized string offset: 0 in /home/renesilv/public_html/wp-includes/class-wp-plugin-dependencies.php on line 1

Notice: Uninitialized string offset: 0 in /home/renesilv/public_html/wp-includes/class-wp-plugin-dependencies.php on line 1

Notice: Uninitialized string offset: 0 in /home/renesilv/public_html/wp-includes/widgets/class-wp-widget-media.php on line 1

Notice: Uninitialized string offset: 0 in /home/renesilv/public_html/wp-includes/widgets/class-wp-widget-media.php on line 1

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/renesilv/public_html/wp-includes/html-api/html5-named-character-references.php:1) in /home/renesilv/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1893

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/renesilv/public_html/wp-includes/html-api/html5-named-character-references.php:1) in /home/renesilv/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1893

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/renesilv/public_html/wp-includes/html-api/html5-named-character-references.php:1) in /home/renesilv/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1893

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/renesilv/public_html/wp-includes/html-api/html5-named-character-references.php:1) in /home/renesilv/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1893

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/renesilv/public_html/wp-includes/html-api/html5-named-character-references.php:1) in /home/renesilv/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1893

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/renesilv/public_html/wp-includes/html-api/html5-named-character-references.php:1) in /home/renesilv/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1893

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/renesilv/public_html/wp-includes/html-api/html5-named-character-references.php:1) in /home/renesilv/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1893

Warning: Cannot modify header information - headers already sent by (output started at /home/renesilv/public_html/wp-includes/html-api/html5-named-character-references.php:1) in /home/renesilv/public_html/wp-includes/rest-api/class-wp-rest-server.php on line 1893
{"createdAt":"1675775400000","postId":106357,"categoryId":3357,"title":"Transmasculines, boycetas, homens trans e a dificuldade de acesso a direitos sociais","imageURL":"https:\/\/img.vozdascomunidades.com.br\/wp-content\/uploads\/2023\/02\/07123822\/167405208663c801f619df0_1674052086_3x2_lg-768x512.jpg","imageCredits":"","postURL":"https:\/\/vozdascomunidades.com.br\/destaques\/transmasculines-boycetas-homens-trans-e-a-dificuldade-de-acesso-a-direitos-sociais\/","slug":"transmasculines-boycetas-homens-trans-e-a-dificuldade-de-acesso-a-direitos-sociais","text":"\n

Os resgates hist\u00f3ricos mostram que n\u00f3s, pessoas trans, existimos em todos os per\u00edodos da hist\u00f3ria. No entanto, ainda somos tratados como um acontecimento do s\u00e9culo 20, criado pelo saber-poder biom\u00e9dico. \u00c9 preciso entender de onde vem essa invisibilidade social e compreender que os processos hist\u00f3ricos vivenciados pelas transmascunilidades <\/mark><\/a>perpassam, de maneira central, a luta pela sobreviv\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

As necessidades b\u00e1sicas de uma pessoa trans <\/mark><\/a>s\u00e3o t\u00e3o naturais quanto as de qualquer pessoa. Estudar, trabalhar, construir v\u00ednculos afetivos, todas essas quest\u00f5es s\u00e3o parte inerente \u00e0 humanidade e ao exerc\u00edcio da cidadania.<\/p>\n\n\n\n

Durante s\u00e9culos fomos for\u00e7ados a manter nossa identidade de g\u00eanero sigilosa para tentar garantir o m\u00ednimo de acesso \u00e0s nossas necessidades b\u00e1sicas.<\/mark> <\/a>Numa sociedade patriarcal-branca-cis-h\u00e9tero que marca com a viol\u00eancia todas as pessoas que transgridem os limites impostos por essa supremacia, a \u00fanica forma para tentar sobreviver \u00e0s viol\u00eancias \u00e9 a tentativa de enquadrar-se.<\/p>\n\n\n\n

Uma pr\u00e1tica comum das transmasculinidades para tentar garantir a exist\u00eancia foi o stealth, tecnologia utilizada para se “camuflar” como cisg\u00eanero. Pessoas transmasculinas<\/mark> <\/a>faziam uso de procedimentos de g\u00eanero (horm\u00f4nios e cirurgias), mudan\u00e7a de documentos e depois se exilavam em cidades onde podiam viver o anonimato. Esse anonimato sempre custou a sa\u00fade f\u00edsica e mental da nossa popula\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n

\n
\"\"<\/a>
Atletas do MBB (Meninos Bons de Bola), time de futsal formado por homens trans, durante treino.
(Foto: Karime Xavier \/ Folhapress)<\/figcaption><\/figure><\/div>\n\n\n

No final do s\u00e9culo 21, os movimentos sociais que defendiam as pautas LGBTI+ conseguiram se posicionar de forma mais contundente, fissurando as barreiras do patriarcado cis-h\u00e9tero-branco.<\/p>\n\n\n\n

Para os desentendidos esse posicionamento pareceu uma novidade saltando do arm\u00e1rio, como se aquela realidade que sempre esteve diante da sociedade fosse uma novidade. Este momento pol\u00edtico possibilitou a afirma\u00e7\u00e3o e acolhimento das identidades transmasculinas<\/mark><\/a>, pois at\u00e9 ent\u00e3o o entendimento de nossa identidade enquanto constru\u00e7\u00e3o coletiva era quase inacess\u00edvel.<\/p>\n\n\n\n

Assim, quando nos organizamos politicamente enquanto movimento social, passamos a nos deparar com narrativas supremacistas que tentam invisibilizar mais uma vez a nossa exist\u00eancia, deslegitimando-nos e apagando a nossa hist\u00f3ria. Narrativas violentas que nos posicionam em lugares de opressores, quando na realidade n\u00f3s somos um dos grupos sociais mais afetados<\/mark> <\/a>pelos poderes hegem\u00f4nicos da nossa sociedade, que nos suicida, silencia e viola nossos direitos.<\/p>\n\n\n\n

Pensar nas estrutura\u00e7\u00f5es pol\u00edticas \u00e9 importante sobretudo para resgatar o contexto da sa\u00fade mental das transmasculinidades. Em 2012, Leonardo Ten\u00f3rio, durante atividade na ABHT (Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Homens Trans), verificou que 18 das 20 pessoas transmasculinas presentes vivenciaram epis\u00f3dios de idea\u00e7\u00e3o suicida.<\/p>\n\n\n\n

Em 2014, a pesquisa “FTM, transhomem, homem trans, trans, homem: A emerg\u00eancia de transmasculinidades no Brasil contempor\u00e2neo”, de Simone \u00c1vila, detectou que dos 34 homens trans participantes dois tentaram suic\u00eddio no per\u00edodo das entrevistas e outros seis tentaram suic\u00eddio em outro momento da vida.<\/p>\n\n\n\n

Mesmo com avan\u00e7os conquistados na Pol\u00edtica Nacional de Sa\u00fade Integral LGBTI+ em 2011 e a inclus\u00e3o dos homens trans no Processo Transexualizador do SUS em 2013, essas iniciativas do Estado n\u00e3o foram suficientes para a garantia de nossa sa\u00fade mental.<\/p>\n\n\n

\n
\"\"<\/a>
‘Mexeu com meu emocional esar com essa falta de hormoniza\u00e7\u00e3o’, lembra ele. ‘N\u00e3o achei que poderiam voltar a acontecer algumas coisas, como sangrar’
(Foto: Eduardo Anizelli \/ Folhapress)<\/figcaption><\/figure><\/div>\n\n\n

Em 2016, Roberto Maia, em sua pesquisa sobre suic\u00eddio das transmasculinidades verificou que entre os 242 transmasculinos da amostra, 66,4% tiveram idea\u00e7\u00e3o suicida e 41,5% tentaram suic\u00eddio, sendo que 74,8% destes realizaram mais de uma tentativa. Entre a popula\u00e7\u00e3o brasileira em geral, de acordo com o CVV, o \u00edndice de suic\u00eddio \u00e9 de 3%.<\/p>\n\n\n\n

Ainda em 2016 houve a 3\u00aa Confer\u00eancia Nacional LGBTI+, que levou mais de 40 homens trans e transmasculinos a constru\u00edrem pol\u00edticas p\u00fablicas para esta popula\u00e7\u00e3o. Paralelamente, ocorreu a 12\u00aa Confer\u00eancia Nacional de Direitos Humanos na qual a transmasculinidade organizada do Ibrat (Instituto Brasileiro de Transmasculinidades) puxou in\u00fameras palavras de ordem para que a presidente Dilma assinasse o decreto do uso do nome social em servi\u00e7os p\u00fablicos naquele dia.<\/p>\n\n\n\n

Dois anos depois, em 2018, o movimento transmasculino desenvolveu junto ao Minist\u00e9rio da Sa\u00fade a cartilha “Homens trans: vamos falar sobre preven\u00e7\u00e3o de infec\u00e7\u00f5es sexualmente transmiss\u00edveis?” na tentativa de construir espa\u00e7os para a discuss\u00e3o de nossas pautas. Ap\u00f3s o lan\u00e7amento da cartilha, em 2019, Jair Bolsonaro ordenou a sua remo\u00e7\u00e3o do site oficial do Minist\u00e9rio da Sa\u00fade, alegando conte\u00fado impr\u00f3prio. Este foi um dos primeiros golpes sofridos pela popula\u00e7\u00e3o LGBTI+, direcionado mais diretamente \u00e0s transmasculinidades.<\/p>\n\n\n\n

\u00c9 not\u00f3rio que todo esse processo estrutural de invisibiliza\u00e7\u00e3o contribui para o expressivo adoecimento mental da popula\u00e7\u00e3o transmasculina. O Observat\u00f3rio Anderson Herzer do Ibrat estima que a quantidade de suic\u00eddio da nossa popula\u00e7\u00e3o tenha aumentado em decorr\u00eancia da aus\u00eancia de pol\u00edticas p\u00fablicas.<\/p>\n\n\n\n

Com o retorno de um governo progressista esperamos que essas pol\u00edticas sejam retomadas, discutidas e viabilizadas para garantir \u00e0s transmasculinidades<\/mark><\/a> o acesso aos direitos b\u00e1sicos e constitucionais.<\/p>\n","editor":"Rafael Costa","categoryTitle":"Conex\u00f5es"}