“E agora os grupos de mães ficam agitados. Levar ou não as crianças pra escola?” Esse é o relato de uma mãe que expõe o sentimento de todas as outras que têm filhos estudantes que moram em favelas do Rio de Janeiro.
Nesta terça-feira (24), estão na Comunidade da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, Zona Norte, equipes de policiais do BOPE e PRF realizando uma operação policial. Até o momento, a ação dos agentes resultou em 13 mortes e deixou 7 feridos.
Impacto na educação de estudantes de favela
A Secretaria Municipal de Educação já informou que 19 escolas do Complexo da Penha estão fechadas, pela segurança dos alunos e funcionários. No entanto, as aulas acontecem no formato online. “É muita mãe, chefe de família que vai deixar de ganhar sua diária hoje. Não pode sair pra trabalhar. Muitas escolas não poderão abrir as portas. Como sobrevive?”, explica uma mãe que não quis se identificar.
A sensação é de insegurança também no Complexo do Alemão. Moradores ouviram tiros na região da Grota, por volta das 10 da manhã. “Gente, não vai para Grota! Está perigoso”, diz uma moradora.
A SME alega que 13 escolas do Complexo do Alemão também não terão aulas presenciais nesta terça (24). Antes da informação se as escolas abririam ou não, as mães já demonstravam preocupação. “Eu não vou mandar (para a escola)”, disse uma mãe. Outra também confirmou o receio de levar o filho pra escola. “Não vou arriscar!”.
Unidades de saúde também acionaram o protocolo de segurança
A Secretaria Municipal de Saúde informou que as Clínicas da Família Felippe Cardoso e Klebel de Oliveira Rocha, na Penha, só estão com serviços internos. O mesmo acontece com as clínicas Rodrigo Roig, Valter Filisbino e Zilda Arns, no Complexo do Alemão.
Por que da operação policial?
Em nota, a Polícia Militar afirmou que o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) atuam em conjunto na Vila Cruzeiro. Segundo a assessoria, o objetivo da operação seria de prender suspeitos, vindos inclusive de outros estados. Ainda de acordo com a PM, as equipes foram recebidas por tiros vindos da parte alta do morro.
Em relação à ação no Complexo do Alemão, que se iniciou também na manha desta terça-feira (24), a PM em nota informou que policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Alemão foram atacados por disparados de arma de fogo nas proximidades da Rua Joaquim de Queiroz. Até o momento, não há relatos de feridos.